Da Editoria de Política do Jornal do Commercio Cunhado de Jarbas, o deputado estadual João Negromonte (PMDB), temporariamente afastado da Assembléia Legislativa por licença médica, reagiu duro às declarações “torpes” de Eduardo Campos sobre um ex-assessor do parlamentar, José Marcionilo da Silva, que foi preso na semana passada como líder de um grupo de extermínio. “É grave o fato de o governador vir a público insinuar que o nosso gabinete dava cobertura a um grupo de extermínio, sem que sequer o meu nome tenha sido citado nas investigações.
O governador age com irresponsabilidade, num comportamento imaturo que não está à altura do cargo”, revidou, em nota enviada à imprensa.
No texto, o deputado ainda frisa que exonerou o ex-assessor assim que foi avisado da investigação policial. “José Marcionilo da Silva deixou de ser funcionário do nosso gabinete no dia 22 de março passado, tão logo fui informado do suposto envolvimento dele com o grupo conhecido como Thundercats.
Até aquela oportunidade nunca tinha me chegado informações de que ele tivesse atuação criminosa.
Fiz o que tinha de ser feito”, defendeu-se.
Negromonte está licenciado do mandato por motivo de saúde e encontra-se em São Paulo para tratamento médico.
O filho do deputado, o vereador do Recife Gustavo Negromonte (PMDB), disse que Marcionilo foi escolhido assessor por ser filho “de uma pessoa que votava no deputado e que pediu a nomeação”. “Ele fazia serviços externos.
Era uma espécie de contínuo”, contou.
Depois da divulgação da nota de Negromonte, o governador fez questão de destacar que não citou ninguém nominalmente. “Em hora nenhuma eu fiz qualquer relação entre atividade criminosa de um assessor parlamentar com a ação de um deputado.
Agora, já que ele (Negromonte) falou, é preciso a imprensa verificar”, esquivou-se, durante um ato em Olinda.
THUNDERCATS Apontado pela Polícia Civil como líder do grupo Thundercats, Marcionilo era assessor especial de Negromonte há cerca de sete anos, mas foi exonerado da função 19 dias antes da sua prisão, efetuada no dia 11 deste mês.
O acusado e mais quatro integrantes do bando foram presos há uma semana, em uma casa alugada em Barra de Catuama, município de Goiana, Zona da Mata, onde estavam hospedados desde a Semana Santa.
O nome Thundercats é uma referência à raça de felinos-humanos de habilidades especiais, título de um desenho animado muito popular nas décadas 80 e 90.
Duas vezes em um só dia, Eduardo fez referência à prisão de Marcionilo, enfatizando sua ligação com um “importante” deputado ligado à gestão passada. “O chefe dos Thundercats era assessor de um importante parlamentar da base de sustentação do governo anterior.
Durante oito anos", disse, em entrevista à TV Globo na manhã de ontem (18).