O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) fez um alerta hoje aos partidos que integram a oposição ao Governo Lula para que não se dividam.
Em discurso na tribuna do Senado, Jarbas afirmou: "A oposição não pode continuar se perdendo em querelas menores como esta questão da CPI do Apagão Aéreo, se ela será feita no Senado ou na Câmara dos Deputados.
Isso é de menor monta.
Conclamo os companheiros da oposição a deixar de lado o que nos afasta, o que contribui para tornar esmagadora a hegemonia governista". "Não é compreensível que a oposição assista passivamente a bandeira da estabilidade econômica ser incorporada cinicamente pelo PT e pelo Presidente Lula.
Logo eles que a combateram com todas as armas em duas eleições presidenciais, em 1994 e em 199", criticou Jarbas.
Para o senador comportamento semelhante foi adotado com relação à Lei da Responsabilidade Fiscal, "que vez ou outra falam em mudar". "Já as privatizações foram demonizadas pelo Governo, apesar dos seus resultados práticos terem colaborado tanto para a redução dos gastos públicos e a ampliação das receitas na balança comercial brasileira".
O senador pernambucano fez um paralelo entre a situação desfavorável da oposição hoje e a criação do MDB para enfrentar o regime militar, instalado no País a partir de abril de 1964. "Nosso papel na oposição é parecido com aquele dos 21 senadores que aceitaram se filiar, há 41 anos, ao Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, viabilizando a organização de um partido de resistência ao Regime Militar.
Hoje vivemos uma situação desconfortável, uma situação desfavorável, mas não devemos tergiversar, temos a obrigação moral e cívica de não capitular".
Jarbas Vasconcelos se posicionou contra o fim da reeleição para ocupantes de mandatos executivos, criticando o pretenso acordo entre o PT e o PSDB. "Digo isso com a tranqüilidade de quem nunca foi muito simpático à sua implantação.
Tanto que estava propenso a não disputar a reeleição para o Governo de Pernambuco, em 2002.
Terminei cedendo por conta de questões internas da nossa aliança política em Pernambuco".
Segundo Jarbas, a reeleição tem muito pouco tempo de funcionamento no Brasil para se fazer uma avaliação dela. "A reeleição não pode ser responsabilizada por todas as distorções que são quase inerentes ao exercício do Poder Executivo no Brasil.
Acabar com a reeleição agora, atendendo a interesses momentâneos, só vai corroborar as acusações feitas pelo PT quando estava na oposição, de que a medida teve o único objetivo de beneficiar o Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso".
De acordo com o senador do PMDB – que integra a dissidência do partido na adesão a Lula, a oposição já cometeu erros no passado no enfrentamento com o PT e que não poder repetir esses equívocos, que levaram à reeleição do presidente. "Temos o dever de resistir.
Insisto na tecla de que o nosso papel como oposicionistas é essencial para a democracia brasileira.
Não vamos repetir o equívoco cometido pela oposição na Venezuela, que abriu mão do enfrentamento parlamentar, permitindo que o Governo do Presidente Hugo Chávez estabelecesse uma vitória por WO, para usar uma metáfora futebolística, que o Presidente Lula aprecia tanto.
O estilo do Presidente Lula é diferente do Presidente Chávez, mas o objetivo de ambos é o mesmo, se manterem no poder a todo custo".