Os portugueses do grupo Teixeira Duarte (TD Hotels), que venceram a licitação para a venda do terreno de 70 hectares conhecido como Casa do Governador, em Porto de Galinhas, planejam instalar no local um complexo com dois hotéis (com 400 e 600 apartamentos, sendo um deles cinco estrelas), um centro de convenções, um centro comercial e um estacionamento O megaempreendimento turístico-hoteleiro de R$ 250 milhões vai propiciar geração de 3 mil empregos diretos.
No entanto, a Câmara de Vereadores de Ipojuca é contra a execução.
O presidente da Câmara de Vereadores de Ipojuca, Nem Batatinha, já declarou-se totalmente contra o empreendimento.
Foi o único que deu a cara a tapa.
Apesar de equivocado, tem esse mérito.
Nesta terça-feira, o prefeito da cidade e o secretário de Turismo, que vem mantendo-se omissos na polêmica, foram homenageados em almoço, pago pelos empresários hoteleiros de Porto de Galinhas, que sempre se gabaram de serem mais modernos do que os de Recife e não temerem competição. "É preciso um oceanário, um parque ou um centro de artesanato, mais um estacionamento", diz o vereador.
Na visão dele, somente esses projetos podem ultrapassar a marca de 3 mil empregos, "somando os diretos com os indiretos." Acontece que o projeto dos portugueses garante os 3 mil, diretamente.
Fora os impactos indiretos.
E Batatinha diz que os dez vereadores da Câmara têm a mesma avaliação.
A prefeitura do município faz silêncio e o governo do Estado avalia rever a venda.
O secretário de Turismo, José Chaves, conforme publicado há cerca de duas semanas, entregou o jogo ao Jornal do Commercio.
Revelou que há um movimento de grandes hoteleiros do Litoral Sul para barrar o projeto.
E falou, com todas as letras, que o Estado já pensa em rever a negociação.
Mas que a decisão independerá da pressão dos hoteleiros.