Por Adriana Guarda Da Editoria de Economia do Jornal do Commercio Os exportadores pernambucanos aguardam com apreensão a avaliação do aumento do preço do gás natural pela Arpe.
O presidente da Pamesa, Marcus Ramos, diz que por enquanto vai suspender o projeto de instalar uma quinta linha de produção de cerâmicas na fábrica de Suape. “Não vamos fazer um investimento de R$ 60 milhões, porque o reajuste do gás vai nos forçar a reduzir a produção para a exportação”, analisa.
Hoje, 60% da produção da companhia segue para o mercado externo.
O empresário acrescenta que o aumento do insumo não poderia ocorrer em pior momento, uma vez que o dólar está em queda livre, comprometendo a rentabilidade das exportações.
EXPLICAÇÕES Só depois que o novo preço do gás já estiver vigorando é que representantes da Petrobras virão a Pernambuco para explicar o reajuste de 22,31% aos empresários, além de discutir as novas modalidades de contratação do energético e as perspectivas de novos investimentos no setor para o Estado.
No dia 8 de maio, uma semana após a data de aplicação do aumento, o gerente de comercialização de gás da Petrobras, João Eudes Touma, realizará um seminário no Estado para discutir essas questões.
Nesta terça (17), a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) espera receber da Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás) a documentação solicitada para a homologação do reajuste de 17,2% na tarifa de gás natural no Estado, encaminhada na semana passada. “Um dos documentos que aguardamos é a oficialização da Petrobras, confirmando o aumento de 22,31%”, observa o presidente da Arpe, Ranilson Ramos.
Após receber a documentação, a Arpe espera se pronunciar num prazo de 72 horas.
IRREDUTÍVEL O presidente da Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás), Aldo Guedes, que esteve no Rio de Janeiro na quinta e sexta-feira da semana passada, conta que a Petrobras se mostrou irredutível ao pleito da companhia de tentar diminuir o índice de reajuste repassado para o Estado.
O executivo explica que ficou acordada com a diretoria da Petrobras a realização de um seminário em Pernambuco voltado, principalmente, para o setor industrial.
Guedes também adianta que num prazo de 60 dias a Petrobras deverá concluir o estudo de viabilidade para a implantação de um terminal de regaseificação no Complexo de Suape.
Segundo ele, as negociações estão bastante adiantadas com parceiros do setor privado, tanto com a Petróleos de Portugal (Petrogal), quanto com a japonesa Mitsui.