Da Editoria de Economia do Jornal do Commercio O mercado de planos de saúde está na expectativa da aprovação de um aumento de até 9% nos planos individuais e familiares contratados a partir de janeiro de 1999.

O reajuste é definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), conforme determina a Lei nº 9.656/98, que regulamenta o setor. “A ANS calcula o reajuste de acordo com a média dos aumentos aplicados nos contratos coletivos.

Como eles estão ficando nessa faixa, então acreditamos que o reajuste será de até 9%”, especula Arlindo de Almeida, presidente nacional da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge).

A ANS utiliza a média dos percentuais usados pelos planos coletivos nos últimos 12 meses.

Os contratos coletivos, que são aqueles firmados entre o plano de saúde e uma empresa (para os seus funcionários), não passam pela regulamentação da Agência.

Nesse caso, os reajustes são negociados entre os contratados e contratantes e dependem do poder de barganha de cada um.

Almeida explica que as empresas costumam reajustar os preços dos planos em maio ou junho. “O ideal é que a ANS defina o aumento em duas semanas”, diz o empresário.

Segundo ele, o atraso da ANS atrapalha as operadoras, que precisam de tempo para a confecção dos carnês.

Desde maio de 2005, a ANS não define o reajuste para os planos exclusivamente odontológicos.

Neste caso, o que vale é o índice oficial previsto nos contratos.

Almeida estima que existem 36 milhões de usuários de planos de saúde no País e 7 milhões de participantes dos produtos odontológicos.

Sérgio Luís Sônego, presidente do Grupo de Empresas de Autogestão em Saúde (Gremes), também aposta num reajuste por volta dos 9% nas mensalidades dos planos. “Acreditamos que o aumento fique em torno de 9%.

O que estamos percebendo é que, nos últimos anos, a ANS trabalhou nessa faixa, o que é insuficiente para os planos se manterem”, declarou Sônego.

O representante do Gremes argumenta que as novas tecnologias que o setor de saúde precisa adotar sempre encarecem os custos dos planos de saúde.

Sônego conta que as empresas estão fazendo campanhas junto aos usuários, reduzindo despesas, buscando dos patrocinadores um maior apoio para que os planos não fiquem no vermelho. “E ainda assim muitas empresas têm passado por dificuldade”.

No País, existem 150 planos de autogestão, sendo 23 em Pernambuco.

São 2,4 milhões de usuários no Brasil e 190 mil no Estado.

Para os usuários, o reajuste pesa no bolso.

No ano passado, eles tiveram de amargar um aumento de 8,89% e, no ano anterior, de 11,69%.

A ANS, por meio da sua assessoria de imprensa, respondeu que o reajuste ainda está em análise.

A Agência deverá definir o percentual em maio próximo.