Uma diferença na estrutura administrativa é apontada pelo vereador João Arraes (PSB), primeiro secretário da Câmara de Vereadores do Recife – cargo responsável pela administração da Casa –, como justificativa para os valores das verbas de gabinete e indenizatória e o conseqüente número de assessores nos gabinetes.
Enquanto as câmaras de São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre têm os cargos de assessoria concentrados nas respectivas comissões temáticas (Constituição e Justiça, Finanças, Meio Ambiente, entre outras), o que diminui o número de comissionados, na do Recife eles são distribuídos nos gabinetes.
Em Porto Alegre, cada uma das seis comissões permanentes da Câmara tem um corpo de assessores.
Os sete vereadores da Comissão de Constituição e Justiça, por exemplo, usam uma única equipe técnica para auxiliá-los.
No Recife, as 12 comissões permanentes da Casa não têm assessoria.
Cada vereador usa seus auxiliares no suporte técnico às comissões que fazem parte.
João Arraes não considerou elevados nem as verbas indenizatória e de representação na Câmara do Recife, nem o número de cargos comissionados por gabinete, mesmo quando informado que os valores ultrapassam, em alguns casos, os destinados a deputados estaduais e federais. "Prefiro não comparar com outras casas legislativas.
Cada um sabe das suas necessidades", esquivou-se.
Além de acompanhar o pensamento de João Arraes, o presidente da Câmara, Josenildo Sinésio (PT), acrescentou que o número de auxiliares pode parecer demasiado, mas é insuficiente para quem quer trabalhar. "Se não tiver um bom corpo técnico não temos um desempenho à altura.
A demanda é grande e para quem quer trabalhar é pouco.
Com essa equipe ainda tenho dificuldade de atender à população", afirmou.
Segundo Josenildo, esse formato da Câmara, de grande número de cargos comissionados nos gabinetes em detrimento do assessoramento às comissões temáticas é adotado há pelo menos 15 ou 20 anos.
PS: Este último argumento do senhor Josenildo é o mais risível de todos.
Não era o PT que dizia que faria diferente, quando estava na oposição.
Estava errado antes ou está errado agora?
Sinceramente! É por esas e outras que verdadeiros absurdos com o uso do dinhero público, como um desnecessário gasto de R$ 600 mil em um show no Marco Zero, passam incólumes nesta cosmopolita cidade multicultural.