Sem alarde, nesta semana que passou, os empresários do Estado fizeram chegar às mãos do governador Eduardo Campos um documento oficial externando a preocupação com o novo reajuste da energia elétrica.
Na carta, os indústrias pedem pressão sobre a Aneel e alertam para o impacto sobre os custos de produção, depois da alta do ano passado.
O documento é datado de 11 de abril de 2007.
Nesta próxima sexta-feira, finalmente a agência nacional colocará o assunto em discussão pública (?), com direito a um final de semana no meio.
O aumento será votado no dia 24.
Muito diplomáticos, eles não lembram da promessa de campanha.
Veja os termos: Excelentíssimo Senhor Dr.
Eduardo Henrique Accioly Campos DD.
Governador do Estado de Pernambuco Recife - PE Cumprimentando-o, cordialmente, desejamos manifestar, em nome do empresariado industrial de Pernambuco, a profunda inquietação desse segmento produtivo às vésperas do novo aumento das tarifas de energia elétrica que se prenuncia para o fim do mês em curso.
Conforme é do conhecimento de Vossa Excelência, desde 2005 tem-se vivido um impasse quanto às decisões de revisão e reajuste tarifário, as quais, no ambiente de dificuldades que caracteriza o baixo dinamismo da economia brasileira, vêm introduzir mais incertezas sobre o futuro perfil dos custos de produção e sobre a competitividade, inibindo as decisões de investimentos em nosso Estado.
Subjacentes a esse recorrente assunto, têm-se identificado duas causas cuja discussão vem envolvendo as lideranças de todos os segmentos da sociedade pernambucana e que, nos últimos dias, pelo que sabemos, tem se tornado preocupação pessoal de Vossa Excelência.
Referimo-nos ao índice de perdas totais de energia e à natureza do contrato da CELPE com a TERMOPERNAMBUCO.
No primeiro caso, relembre-se que o tal índice foi estipulado pela ANNEL, em 2005, num patamar de 26,96%, o qual foi reconsiderado em função de sugestão da ARPE, que o estimou em um máximo de 19,92%, percentual que foi adotado pela Agencia nacional apenas provisoriamente, elevando-o ao nível anterior um ano depois, adotando, para isso, "critérios de natureza predominantemente discricionária" segundo nota técnica da ARPE.