Do site Congresso em Foco Ao mesmo tempo em que os aliados governistas juram fidelidade ao presidente Lula, após serem contemplados com cargos na reforma ministerial, líderes oposicionistas não fazem questão de esconder suas diferenças.
Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, o líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC), critica a política econômica defendida pelo PSDB e a insistência do DEM (ex-PFL) em obstruir as votações na Câmara. “A oposição não é uma só”, ressalta Coruja.
Segundo o deputado, o PPS só se aliou ao PSDB e ao DEM por causa do processo eleitoral, e não por afinidades programáticas. “Nós apoiamos o candidato do PSDB, porque as urnas nos levaram para a oposição.
Mas claro que há diferenças”, diz o deputado.
Apesar disso, avisa o líder do PPS, não há qualquer possibilidade de o partido ingressar na coalizão governista, como defendem alguns articuladores do Planalto no Congresso. “Nós não temos nenhum motivo para apoiá-lo.
Nosso posicionamento continua sendo esse”, enfatiza o deputado.
O partido presidido pelo ex-deputado Roberto Freire (PE) chegou a ocupar dois ministérios no primeiro mandato de Lula, mas rompeu com o petista em dezembro de 2004, alegando discordar do rumo dado à economia.
Coruja critica, ainda, o adesismo e o inchaço da base governista com a distribuição de cargos no governo. “Alguns partidos se elegeram também no campo da oposição e acabaram indo para o governo.
Nós também criticamos esse fisiologismo, essa cooptação que ocorre no Congresso com vários mecanismos – e um deles é o fornecimento de cargos, de ministérios e agora até a criação de novos órgãos para poder incluir uma base no Congresso”, afirma.