As indústrias pernambucanas poderão amargar impactos de até 27% nos seus custos de produção com o reajuste de 17,2% no preço do gás natural anunciado pela Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás).
A constatação está na pesquisa realizada pela Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) com 59 empresas do setor – entre elas as 13 maiores consumidoras de gás natural do Estado.
Ontem, empresários do setor participaram de reunião com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, para encaminhar o documento e pedir a intervenção dele nas discussões sobre o aumento com a Petrobras, embora o presidente da Copergás, Algo Guedes, já estivesse ontem no Rio de Janeiro para discutir o assunto.
O presidente da Fiepe, Jorge Côrte Real, considerou o aumento descabido. “Com esse reajuste da Petrobras, o governo dá a impressão que está promovendo o Programa de Desaceleração do Crescimento, onerando o setor produtivo e eliminando a competitividade das empresas nordestinas”, desabafa.
Côrte Real destaca que o preço diferenciado do gás no Nordeste sempre foi um atrativo para que as grandes empresas se instalassem na região e uma forma de compensar as desigualdades regionais.
A proposta da Fiepe é encaminhar o levantamento do impacto nos custos ao governador Eduardo Campos e aos parlamentares da bancada pernambucana no Congresso Nacional.
A entidade também encaminhou ao governador esta semana uma carta expondo a inquietação dos empresários, às vésperas do anúncio do reajuste da energia elétrica.
No levantamento sobre os impactos do aumento do gás, o setor de fabricação de artigos de borracha e plástico é o que aparece com maior percentual de aumento nos custos, com variação entre 25% e 27%.
Já na faixa entre 19% e 21% aparecem minerais não metálicos, metalurgia básica e fabricação de produtos de metal.
Os menores impactos foram apontados para os setores de material de transporte, materiais elétricos e produtos químicos, com majoração entre 0,1% e 0,7%.
A pesquisa não faz o detalhamento por segmento.