Odete Ferreira Miranda, a dona da famosa Casa de Odete, presa hoje no Recife por policiais do Rio Grande do Sul, já tem experiência na cadeia.
Em junho de 2003, ela já havia sido presa no Recife, pela DPCA, quando o seu estabelecimento funcionava ainda em Setubal - hoje, opera em Piedade, Barra de Jangada, onde já havia funcionado outra boate famosa entre empresários locais, a Cuba Café.
Odete foi levada à Penitenciária Feminina, mas libertada três dias depois, Na época, a polícia civil local encontrou 18 garotas de programas e clientes menores de idade no estabelecimento Casa de Odete, quando ainda funcionava no bairro nobre de Setubal, em Boa Viagem.
A acusada foi autuada em flagrante por favorecer e tirar proveito da prostituição, de acordo com os artigos 228 e 230 do Código Penal.
Na delegacia, Odete negou as acusações e disse à polícia que obtinha lucro sobre a venda de bebidas do restaurante.
O delegado responsável pelo caso na época, Zanelli Alencar, notou que os depoimentos da acusada e das testemunhas entraram em contradição. “Levamos quatro garotas de programa para prestar depoimento na delegacia.
Elas confessaram que faziam programas, mas negaram repassar dinheiro à proprietária da casa.
Quando chegou a vez de a acusada falar, ela disse que recebia R$ 100 por mês de cada prostituta pelo alojamento.
Esta e outras contradições fizeram com que fosse autuada”, revelou, então.
Todas as mulheres encontradas no estabelecimento eram de fora do Estado. “A maioria vem do Sul e Sudeste”, destacou o delegado, exatamente como ocorre agora.
Elas moravam numa casa alugada e realizavam os programas na própria Casa de Odete.
No local, a polícia descobriu a existência de cinco quartos, uma piscina e um restaurante.
O estabelecimento era considerado uma área de meretrício de luxo.
Os preços cobrados pelas prostitutas variavam de R$ 250 a R$ 500 por programa.
De acordo com o delegado, num programa que custasse o menor preço, R$ 150 eram repassados à proprietária.
A faixa etária das mulheres era de 22 a 28 anos.
Na época, a polícia chegou a informar que não podia interditar a área, mas que a prisão da proprietária deve resultar no fechamento do estabelecimento.
Fechou, sim.
Mas mudou-se para Jaboatão dos Guararapes.
Daqui a pouco mais detalhes da operação.