O procurador do Ministério Público do Trabalho, Renato Saraiva, confirmou que foi procurado na tarde desta quarta (11), por Solange Manoela, filha do prefeito de Jaboatão e personagem central no acordo trabalhista de quase R$ 1 milhão envolvendo a Fundação Yapoatan - orgão do município.
Ela comparaceu à sede do MPT, no Espinheiro, acompanhada de seu advogado Edmílson Boa Viagem, mas permanecu em silêncio sobre o caso e adiantou que só vai depor em juízo.
Sua principal preocupação era entregar um atestado médico para justificar o não comparecimento, ontem, a audiência marcada na Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Jaboatão.
Se não tivesse se justificado até as 16 horas desta quarta, ela poderia ser conduzida ao local do depoimento pela PM.
Solange usou a mesma estratégia utilizada na semana passada pela advogada Maria Tenório de Moura, que compareceu à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Jaboatão, mas avocou o direito constitucional de permanecer em silêncio e só depor na Justiça.
Agora, o procurador do MPT Renato Saraiva deve entrar até a próxima sexta (13), no Tribunal Regional do Trabalho, com ação rescisória para extinguir o acordo trabalhista definitivamente.
O acerto firmado entre Solange e a Fundação Yapoatan foi homologado no final de janeiro e previa o pagamento de R$ 800 mil à filha do prefeito Newton Carneiro.
Sua advogada Maria Tenório receberia R$ 160 mil de honorários.
No momento, o acordo está suspenso por liminar concedida há quase um mês, pelo próprio TRT, ao Ministério Público do Trabalho.
O procurador Renato Saraiva continua afirmando que há fortes indícios de fraude praticada por Solange, Maria Tenório e a ex-advogada da Fundação, Fernanda Campos Casado Lima.
Também acredita que houve omissão por parte da ex-presidente da entidade Julieta Pontes.
E lembra que a deputada Elina Carneiro (PSB), irmã de Solange, foi citado em dois depoimentos como partcipante de uma reunião prévia ao acordo.