O aumento de 22,31% no preço do gás natural, que deverá entrar em vigor já a partir de maio, está provocando a revolta dos donos de convertedoras de veículos. "O reajuste é inaceitável", disse ao Blog Aírton Tenório de Albuquerque, presidente do Sindicato da Indústria de Reparação e Acessórios de Pernambuco (Sindirepa), que reúne 15 empresas especializadas na conversão de motores para gás natural no Grande Recife. "Primeiro o governo faz incentivo para a conversão.
Depois torna o serviço inviável", reclama.
Albuquerque já articula para a próxima semana uma reunião do sindicato com a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) e a Copergás, distribuidora da Petrobras no Estado.
O objetivo do encontro é fazer pressão para conter o índice de reajuste.
Para o presidente do Sindirepa, a decisão pelo aumento obedece a uma estratégia de se reprimir a demanda crescente do setor.
Na sua opinião, o governo tem reservas suficientes, mas carece de infra-estrutura adequada para atender uma procura que não pára de crescer. "Não entendemos esse aumento, porque em Pernambuco o preço do gás natural na bomba já é um dos mais altos do Brasil", lembra Cristian Margato, sócio da Natural Gás, uma convertedora com duas unidades no Grande Recife.
Sua empresa realiza atualmente uma média de 190 conversões de motores por mês a um custo unitário de R$ 2,8 mil. "Se houver um aumento proporcional para todos os combustíveis, continua tudo como está", acredita o empresário. "Mas se apenas o gás subir, vamos ter de saída uma redução em torno de 40% no número de conversões", estima.