O executivo Paulo Drummond, diretor comercial da Companhia Industrial de Vidros (CIV), uma das mais expressivas indústrias do Estado, com atuação nacional e internacional, classificou agora há pouco de inconcebível o reajuste de 22,32% no preço do gás natural, a ser repassado a partir de 1º de maio para as empresas locais pela Petrobras, por meio da Copergás, que distribui o produto no Estado. “Não podemos aceitar esse aumento. É melhor não ter um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do que ter um aumento desta magnitude em nossos custos.

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Sem exagero, esse índice é algo próximo a uma sentença de morte”, declarou.

A empresa reclama que o índice é elevado. “A inflação atual está na casa dos 3,7%.

Como podemos ter um reajuste tão elevado.

A proposta, nessa situação, não é muito democrática.

Na hora em que o governo lança um plano de aceleração do crescimento e prevê crescimento de 4,5% a 5% do PIB, vem uma cacetada destas. É melhor esquecer o PAC e não aumentar o preço”, diz. “Depois, não é justo cobrir 100% dos custos com o aumento.

Na formação do preço da empresa, o insumo deve chegar a cerca de 70%.

Falta clareza.

Não devia agir desta forma”.

A CIV também revela preocupação com os efeitos sobre as vendas das empresas regionais. “Pernambuco está tendo problemas com a questão energética.

Primeiro foi a Celpe.

Agora é o gás.

Vamos ficar com os dois itens mais caros dentro do Nordeste, sem falar na repercussão na busca do mercado nacional.

Com reajustes desta magnitude, oneramos nossos produtos e fica mais difícil buscar mercado nacional”, explicou. “Além disto, temos informações de que o Rio de Janeiro terá uma tarifa mais baixa, com um tratamento diferente”.

Pelos cálculos iniciais, a empresa estima que pode ter um impacto de 5% a 6% em seus custos. “É brutal. É impossível repassar, com uma inflação de 3%.

Mas não somos só nos.

Várias empresas vão ser atingidas, de diferentes maneiras”.

O empresário afirma que a questão será encaminhada via a Federação das Indústrias do Estado (Fiepe).“Vamos a fundo.

Acreditamos que haverá alguma alteração neste quadro”.