Neste domingo, em São Paulo, a direção nacional do MST divulgou sua posição oficial sobre o projeto de transposição do rio São Francisco, mostrando-se frontalmente contrária ao projeto.

O documento foi divulgado no site EcoDebate e é reproduzido aqui.

Só falta agora a UDR divulgar manifesto a favor, para politizar de uma vez um projeto que deveria ser tratado de forma técnica, em função de sua importância para o desenvolvimento econômico da região. 1 – A posição do MST é ser contra o projeto de transposição do Rio Saio Francisco apresentado pelo Ministério de Integração Regional, e defender outros projetos, como: - Revitalização do Rio São Francisco;- Buscar outras soluções para o semi-árido nordestino;- Buscar outras formas para abastecer as cidades que precisam de agua;- Manter a unidade de posição com a Via Campesina Brasil;- Defender a população ribeirinha; 2 – Manter a unidade do MST: em todos os estados defender a mesma posição, mesmo que não sejam atingidos pelo projeto de transposição. 3 – Debater com a sociedade para explicar o problema, levar mais informações e debater quais seriam as melhores soluções do ponto de vista do povo. 4 – Denunciar que o projeto da transposição está vinculado ao projeto do agronegócio, criação de camarão e ao hidro-negócio. 5 – Debater com a sociedade que a aplicação dos 6 bilhões de reais na região do semi-arido, poderia melhorar muito mais a vida das pessoas, se fosse aplicado em outros projetos de sustentabilidade. 6 – Denunciar os impactos ambientais e os interesses das empreiteiras que é de privatização das águas.

Esse projeto é do interesse de grandes empresas apenas para obter lucro e controlar a água da região. 7 – Exigir transparência e a democratização por parte do governo. 8 – O movimento (MST) nos estados do Nordeste deve se somar às mobilizações conjuntas com outras forças populares. 9 – Construir alianças com os demais setores e entidades da sociedade que são contra. 10 – Preparar material para debater nas nossas bases que estão envolvidos pelo Rio São Francisco. 11 – Exigir soluções para as áreas de comunidades rurais e assentamentos que estão na beira do Rio São Francisco – e sem acesso a água – para que desenvolvam projetos de irrigação. 12 – Denunciar que o atual projeto não resolve os problemas fundamentais do povo que vive no semi-árido nordestino; 13 – Apresentar nossas propostas para viabilidade econômica da agricultura camponesa do semi-árido e do Nordeste.

Defender um novo Projeto de Desenvolvimento do Nordeste que fixe o homem no campo, garanta emprego, renda e educação.

E desenvolva uma agricultura que produza alimentos. 14 – Denunciar que o capital estrangeiro, já está comprando áreas/fazendas próximas onde vai passar os canais da transposição. 15 – Denunciar que esse projeto vai virar hidronegócio – com a privatização do uso das águas e controle das águas apenas para ganhar dinheiro; 16 – Usar os meios de comunicação para explicar e informar a sociedade sobre as conseqüências (Brasil de Fato, Revista, Internet, etc…) 17 – Contribuir com demais movimentos sociais da região, participando de mobilizações e acampamentos nas duas regiões de captação de água para os canais de transposição; 18 – Fazer uma cartilha didática mostrando os prejuízos, as conseqüências para a vida dos trabalhadores e as propostas alternativas que poderiam viabilizar um novo processo de desenvolvimento na região do semi-árido.