Por Joana Rozowkwiat Da Editoria de Política do Jornal do Commercio Se depender do coordenador da ONG Fórum pela Ética na Política, Luís Carlos Lins (PT), a Comissão de Ética da Assembléia Legislativa passa a funcionar para apurar o possível envolvimento da deputada estadual Elina Carneiro (PSB) no caso do acordo indenizatório entre a Fundação Yapoatan e a irmã de Elina, Solange Carneiro.
O Fórum, no entanto, ainda deverá se reunir na próxima sexta-feira para definir seu posicionamento sobre a questão. “Diante do caso e da repercussão, é invitável que coloquemos o assunto em pauta.
Deveremos decidir pela pressão para que a Comissão de Ética atue no caso.
Não queremos pré-julgar ninguém, defendemos sempre que se apure”, disse Luís Carlos.
Ele lembrou que a entidade trabalhou outras vezes para que deputados envolvidos em supostas irregularidades não fossem investigados.
Deu como exemplo a ocasião em que o deputado Bruno Araújo (PSDB) foi acusado de tráfico de influência, em 2005, quando um grampo da polícia registrou a ligação do então prefeito de Sanharó para o parlamentar, solicitando a transferência do delegado do município. “Nós fizemos pressão, mas não deu em nada.
A Assembléia é muito conservadora e corporativista”, criticou.
O Legislativo tem anunciado que não deverá se posicionar sobre o caso da Yapoatan, uma vez que o episódio do acordo aconteceu antes da posse de Elina Carneiro, acusada de ter “sugerido” que a fundação não contestasse o acordo fraudulendo em benefício de sua irmã.
Na época, no entanto, a parlamentar já estava diplomada. “Essa explicação da Casa é para perpetuar a impunidade.
Vamos acompanhar o caso e discutir semana que vem.
Mas a minha opinião é de que a Assembléia tem obrigação de se posicionar” defende Luís Carlos.
AFASTAMENTO Um mês após criticar publicamente o reajuste do salário do prefeito João Paulo (PT) e de, com isso, provocar uma convulsão no PT, Luis Carlos foi exonerado do gabinete da deputada Tereza Leitão (PT), onde atuava desde 2003.
Segundo ele e a parlamentar, não se tratou de retaliação.
Eles explicaram que o ex-assessor tem vínculo com a prefeitura de Escada e com o Estado, mas estava de licença sem vencimentos, o que lhe permitia trabalhar no gabinete. “Fui transparente, porque o governo chamou de volta todos os que estavam de licença, e eu não poderia, pela lei, acumular as duas funções.
Optei pelo emprego estável e me afastei da Assembléia”, justificou Luís Carlos.