Carta aberta a Vítor Araújo Por Chico Bruno (www.chicobruno.com.br) Como faço habitualmente, navego no blog de Jamildo Melo e de outros pernambucanos da terra do meu amigo Ricardo Carvalho.
Gosto muito do estado e, principalmente do Recife.
Ontem, uma matéria me chamou a atenção.
A polêmica sobre o desempenho de um jovem pianista pernambucano de 17 anos.
Como leigo, me atrevo a interferir na polêmica, clamando ao Vítor que continue a dedilhar o piano da maneira que mais lhe apraz e que mais lhe gratifica.
Ouça a críticas, retire delas o que vale a pena e jogue no lixo as letrinhas da exacerbação.
Vítor, toda polêmica é válida.
Não se apoquente, siga em frente.
Vi e ouvi com atenção os três vídeos.
Prestei a atenção na reação da platéia e senti que eles estavam extasiados com a sua forma peculiar de interpretação.
O que me incomodou na polêmica foi a reação do compositor e maestro Marlos Nobre, que tem todo o direito a crítica, mas que deveria fazê-la levando em consideração a sua adolescência.
O maestro afirma que quer ajudá-lo, mas desliza pela arrogância ao classificar a sua interpretação de "estabanada".
Vítor: pelas suas declarações, na matéria do José Teles no Jornal do Commercio, saquei que você tem certeza do que está fazendo.
Isso quer dizer que você tem personalidade.
Como é bom ver um jovem, como você, usando suas energias para o bem, principalmente numa hora em que milhares de jovens brasileiros estão no descaminho.
Mais chocante é a advertência, que o maestro faz em sua carta, de possíveis penalidades criminais a que você estaria passível.
Para encurtar o assunto.
O que me faz escrever, é a maneira torta do maestro Marlos Nobre ao abordar a interpretação de uma obra que leva a assinatura dele por um jovem pianista.
O maestro deveria ser mais doce, afinal está se dirigindo a um jovem de apenas 17 anos.
Ao usar um tom raivoso, ele atravessou a partitura do bom senso.
O maestro usou os mesmos dogmas de um instrutor de uma unidade da Febem, quando deveria usar os dogmas de um frade franciscano ao se dirigir a você.
Vítor siga em frente, você está apenas começando a trilhar a estrada da vida, ao contrário do maestro que já atravessou a estrada e agora se encontra estacionado a espera de uma oportunidade para voltar à mídia.
Ele, ao invés de ralhar duramente com você, deveria é lhe agradecer, pois você é o responsável por encher-lhe a bola que estava murcha.
Um forte e fraternal abraço.
PS: Chico Bruno é bloqueiro.
Mora na Bahia e no Rio de Janeiro, semana aqui, semana lá. É carioca de nascimento e baiano por adoção.
Um baioca.