O desejo do deputado e pastor Cleiton Collins (PSC) de levar a colega Elina Carneiro (PSB) para uma espécie de paredão de BBB, na Assembléia Legislativa, pode não dar em nada.
Pelo que conversei com alguns deputados, ela não poderia ser punida pela Casa porque, mesmo que comprovada a sua participação na fraude, o caso ocorreu em janeiro, enquanto ela assumiu o mandato no dia 1º de fevereiro.
Entretanto, desde o final de dezembro já estava diplomada como deputada estadual. “Não cabe.
Ela não estava no exercício do mandato.
Foi antes”, explica um parlamentar.
Outro deputado explica que a Assembléia Legislativa adotou posição semelhante recentemente, quando Claudiano Martins, do PSDB, não sofreu qualquer punição, uma vez que as irregularidades pelas quais era acusado no Ministério Público eram do tempo em que foi prefeito de Itaíba, antes de assumir, portanto. “O deputado só deve satisfação no exercício do mandato”, entende outro parlamentar.
Independentemente da situação, a polêmica já vem atrapalhando a atuação da parlamentar.
No dia em que os parentes são chamados a depor, a parlamentar não aparece de tarde no grande expediente, evitando possivelmente o assédio da imprensa - já que os colegas não parecem ter autoridade nem interesse de cobrá-la publicamente.
Ninguém dá uma ficha também pela atuação mais firme do presidente da Comissão de Ética, André Campos (PT), apesar de seu interesse direto nas eleições de Jaboatão dos Guararapes.
Com o irmão Carlos Wilson sofrendo pressões no plano nacional, ele ficaria em uma situação desconfortável e vulnerável para lançar pedras.