Os líderes dos partidos de oposição (PPS, PSDB e PFL) pediram hoje ao presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, celeridade para o julgamento, pelo plenário do STF, do mandado de segurança dos partidos de oposição pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo na Câmara.

Segundo os líderes, o ministro prometeu incluir o julgamento na pauta assim que o ministro-relator, Celso de Mello, concluir o seu voto.

Os deputados Fernando Coruja (PPS-SC), Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) e Onyx Lorenzoni (PFL-RS) foram recebidos na tarde de hoje por Celso de Mello, que disse aguardar parecer do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre a liminar que determinou o desarquivamento do requerimento de instalação da CPI.

O procurador declarou que pretende enviar seu ofício ao STF na próxima semana.

Com isso, a oposição tem esperança que o julgamento possa ocorrer já na semana que vem, conforme manifestou o líder do PSDB: "É bem possível que, dada a gravidade da situação e a preocupação com as angústias da sociedade que reverberam aqui no Supremo Tribunal Federal, isso possa ocorrer." Obstruções O PSDB e o PPS não pretendem voltar a obstruir as votações no plenário da Câmara, ao contrário do PFL.

De acordo com o líder pefelista, o governo não está facilitando a vida dos milhares de usuários que dependem do transporte aéreo. "Não é razoável que as oposições entreguem ao Governo Lula um plenário favorável.

O governo tem que entender que há limites.

Há limites para a Maioria esmagar a Minoria, há limites constitucionais que impedem que, daqui a pouco, o presidente quebre a hierarquia da Aeronáutica", disse Onyx Lorenzoni.

Ele destacou que o presidente voltou atrás nas negociações com os controladores "porque sabe que errou" ao passar, no processo, por cima da hierarquia militar.

Segundo Lorenzoni, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, prometeu para os controladores de vôo militares o que não pôde entregar. "Que governo é este?", criticou.

O líder do PFL disse que, se o julgamento do STF sobre o mandado de segurança não ocorrer na próxima semana, a bancada terá que pensar em outros caminhos.

Entre as alternativas, ele citou a criação de uma CPI mista ou de uma CPI no Senado.