A promotora de justiça de Jaboatão, Dalva Cabral, disse ao Blog que uma funcionária da Assembléia Legislativa do Estado, ligada à deputada Elina Carneiro (PSB), teria marcado uma reunião em que a parlamentar sugeriu o acordo milionário entre sua irmã Solange e a Fundação Yapoatan, órgão do governo municipal.
Segundo Dalva Cabral, a funcionária da AL é Fátima Paturi, que seria membro da Comissão da Mulher da Assembléia Legislativa, indicada por Elina Carneiro.
A promotora de justiça obteve a confirmação do local onde Fátima trabalha através de um simples telefonema.
Na quarta-feira da semana passada, Dalva Cabral foi procurada pela ex-advogada da Fundação Yapoatan Fernanda Campos Casado Lima.
Fernanda contou à promotora de Jaboatão que, no início do ano, recebeu um telefonema de Fátima Paturi marcando uma reunião com Elina Carneiro na Fundação Yapoatan.
O encontro teria acontecido em meados de janeiro e dele teriam participado a própria Fernanda, Elina, Solange Manoela (filha do prefeito Newton Carneiro e irmã da deputada), sua advogada Maria Tenório de Moura e a então presidente da Yapoatan, Julieta Pontes.
A advogada Fernanda Lima foi ouvida há duas semanas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
E vinha negando que essa reunião tivesse acontecido.
No entanto, diante da repercussão do caso, resolveu procurar a promotora de justiça de Jaboatão espontaneamente e admtir o fato.
A advogada contou que Elina Carneiro lhe sugeriu que não contestasse em juízo os valores do acordo trabalhista.
Sentindo-se pressionada, Fernanda acatou o pedido e não apresentou contestação no dia da audiência (29 de janeiro), na 3a.
Vara da Justiça do Trabalho de Jaboatão.
Mas preferiu não assinar o documento formal estabelecendo a indenização nem a ata do encontro.
Acontece que, justamente por não ter contestado o acordo em juízo, Fernanda está sendo apontada pelo MPT como uma das possíveis envolvidas num conluio para fraudar a Fundação.
As outras duas acusadas, segundo indícios coletados até agora pelo MPT, são Solange Manoela e sua advogada Maria Tenório de Moura.
A primeira receberia da Fundação Yapoatan R$ 800 mil por danos materiais, morais e estéticos.
A segunda, R$ 160 mil como honorários advocatícios.
Quem primeiro revelou a realização do encontro suspeito que teria sido organizado por Elina Carneiro foi a ex-diretora da Fundação Yapoatan, Maria Sizenalda Timóteo.
Ela também prestou depoimento ao MPT duas semanas atrás.
Mas sua informação ainda não havia sido confirmada.