Com 34 anos, loira, olhos verdes, usando pretinho básico, a advogada Maria Tenório de Moura negou-se a falar oficialmente com o Ministério Público de Jaboatão dos Guararapes e o Ministério Público do Trabalho, em audiência agora há pouco.
Os seus advogados invocaram o direito ao silêncio, previsto no artigo quinto da Constituição.
Segundo eles, o procurador do trabalho Renato Saraiva já produziu juízo de valor sobre o caso, ao afirmar que houve fraude no processo em que a filha de Newton Carneiro pede uma indenização milionária à Fundação Yapoatan.
Na saída, Maria Tenório conversou com Sílvio Burle, repórter deste Blog, defendendo a lisura da ação indenizatória.
Ela negou que houvesse ilegalidade no ato.
E disse também que não aconteceu acordo prévio entre Solange Carneiro e a advogada da Fundação Yapoatan, Fernanda Campos Casado Lima.
Maria Tenório também afirmou que acha justo o pedido de R$ 800 mil para a sua cliente, acarretando outros R$ 160 mil como honorários advocatícios. “Se é justo, eu espero receber. É um direito dela (Solange) e um direito meu", afirmou.
Embora critique o juízo de valor prévio que, na sua opinião, foi emitido pelo procurador Renato Saraiva contra sua atuação no acordo, a advogada disse que o Ministério Público do Trabalho está no papel dele. "Eu também quero que apure”, declarou.
Com 12 anos de profissão, Maria Tenório de Moura informou que defende a filha de Newton Carneiro desde 1999, quando entrou com uma primeira ação trabalhista em favor de sua cliente.
Segundo seus advogados, a orientação agora é esperar o pronunciamento do MPT e oferecer defesa no momento oportuno, em juízo.
Eles acreditam que o Ministério Público do Trabalho pode até mudar de idéia e reconhecer que o acordo teria sido lícito. “Estou sendo vítima de exposição desnecessária e isto está prejudicando a minha atuação profissional”, concluiu a advogada de Solange Carneiro.