O jornal O Estado de S.
Paulo de hoje traz uma notícia que é de tirar o sono de qualquer pessoa que pense em entrar num avião nos próximos dias, semanas, talvez meses.
Os controladores de vôo, alegando que estão sendo vítimas de punições no trabalho, estão dispostos a entrar em greve de verdade.
Sim, porque, até agora, em nenhum momento a categoria admitiu estar em greve.
No máximo, operação-padrão, monitorando um número máximo de 14 aeronaves (padrão recomendado internacionalmente mas que era regularmente extrapolado no controle aéreo brasileiro).
Segundo o Estadão, além de um indicativo de greve para segunda-feira que foi aprovado pelos controladores civis do Rio de Janeiro, há uma mobilização dos militares em alguns pontos do País.
Hoje, em Brasília, deve haver uma manifestação.
Na quinta-feira, 6 vôos de Manaus sofreram atrasos com a operação-padrão que ocorreu na cidade.
O Estadão entrevistou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Tráfego Aéreo, Jorge Botelho.
Ele não representa os controladores militares, mas negou que eles estejam fazendo operação-padrão.
Trata-se, nas palavras dele, de "retenção de fluxo", ou seja, segurar aviões no solo para aumentar o espaçamento entre as decolagens.
O estopim do problema teria sido a transferência compulsória para Santa Maria (RS) do primeiro-sargento controlador Edileuso Souza Cavalcante, que era diretor de Mobilização da Associação Brasileira do Tráfego Aéreo (ABCTA).
Cavalcante era lotado no Cindacta-1, em Brasília.
A Aeronáutica alegou que a transferência foi "por necessidade de serviço".
Extra-oficialmente, o que se diz é que ele sofreu uma punição administrativa, em razão de sua mobilização na associação.