Uma saia justa, ou paletó justo se você preferir, envolveu o governador Eduardo Campos, na manhã desta sexta, na visita do presidente Lula ao Recife.

Durante a cerimônia de entrega de diplomas aos formandos do Projovem, programa do governo federal na área de educação, um grupo de professores concursados e não efetivados pelo Estado driblou a segurança do evento e conseguiu fazer o seu protesto contra o governador.

Como não podiam entrar com cartazes, eles escreveram mensagens em camisetas e se colocaram perto do palco onde estava a comitiva presidencial. "O governo traiu a educação", dizia uma mensagem. "Nota zero para o secretário de educação", batia outra.

Os manifestates fazem parte do Movimento Organizado dos Professores do Estado de Pernambuco (Moprope), que reivindica a efetivação de cerca de 3.600 docentes concursados. "É preciso que o ministro da Educação intervenha em Pernambuco porque estamos nessa situação há muito tempo", disse Juarez Ribeiro, um dos organizadores do Moprope.

O ministro Fernando Haddad participou da cerimônia do ProJovem, no Chevrolet Hall.

Mas pouco ou nada pode fazer para resolver o problema.

Já o secretário de Educação de Pernambuco, Danilo Cabral, maior alvo das críticas dos professores, estava em São Paulo.

Os integrantes do Moprope foram aprovados em concurso do ano passado.

No início de 2007, no entanto, o governo tentou contratar 2.227 professores temporários.

A briga foi parar no Ministério Público do Estado, que determinou a convocação imediata de 957 docentes dos mais de 4,5 mil aprovados em concurso.

E não recomendou a contratação dos temporários.

Também acordou um prazo de 6 meses para o governo fazer um diagnóstico completo do quadro docente da rede pública.

O objetivo é saber a necessidade exata de cada disciplina e, só então, chamar os concursados.

No Estado ainda existem cerca 7 mil professores temporários.