O Presidente da Celpe, José Humberto Castro, foi o grande ausente da audiência pública realizada nesta quarta, 28, pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Agora ele receberá uma advertência formal da Comissão e será convocado para uma outra audiência ainda sem data definida.
O encontro foi marcado para debater várias questões relativas à Celpe, como o pedido de um novo aumento e a leitura indevida, por parte da empresa, na conta de energia elétrica. "O presidente da Celpe não foi, não mandou representante nem satisfação", disse ao Blog, por telefone, a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB), que participou da audiência junto com vários parlamentares do Estado e o presidente da Agência de Regulação de Serviços Delegados de Pernambuco (Arpe), Ranilson Ramos.
Na reunião, a deputada solicitou dos representantes da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que o governo federal dê à Termopernambuco o mesmo tratamento destinado à Termocuiabá, do Mato Grosso.
Segundo Terezinha, os custos da Termocuiabá são divididos com os consumidores de energia elétrica de todo o Brasil, não onerando a conta no estado de origem.
O pedido da deputada corresponde ao pleito da Federação das Indústrias do Estado (Fiepe), que quer a entrada da Termopernambuco no pool de termelétricas pertencentes ao Sistema Interligado Nacional (SIN). É justamente este pool que permite a divisão dos custos entre consumidores de vários Estados.
Em Pernambuco, de acordo com o presidente da Arpe, os custos da termelétrica respondem por cerca de 15% na conta de luz e são inteiramente assumidos pelos pernambucanos.
O Superintendente de Regulação Econômica da Aneel, David Antunes Lima, explicou que esta é uma decisão política do governo federal. "Achei muito importante essa declação dele porque agora é uma questão de mobilizar o estado, o governador, os deputados neste sentido", avaliou a deputada.
Dados fornecidos na audiência mostram que cerca de 23% de toda a energia produzida pela Celpe não são faturados pela companhia.
Tudo por causa de problemas técnicos e ligações clandestinas, que também acabam implicando numa conta de energia mais alta.
Terezinha Nunes diz que, no caso dos inadimplentes, o total de energia perdida pela Celpe é 23 vezes maior nas faixas de renda mais altas do que nas baixas. "Está faltando fiscalização da empresa", bateu.