Newton Carneiro confirmou o que havia dito na semana passada e não compareceu ao depoimento marcado para as 9 horas dessa terça, 27, pelo procurador do trabalho Renato Saraiva, que está investigando o acordo trabalhista firmado entre Solange Carneiro, filha do prefeito de Jaboatão, e a Fundação Yapoatan, órgão do município.

Segundo seu assessor extraordinário, advogado Jorge Marques, que depõe daqui a pouco como testemunha no mesmo processo, o prefeito não compareceu por problemas de agendamento. “O prefeito é um homem de 84 anos”, disse o advogado. “Esse horário no início da manhã é horrível pra ele”.

Marques contou que a hora do depoimento foi marcada por ele mesmo diretamente com o procurador do trabalho, antes de consultar o seu chefe. “Agora vou conversar com o prefeito e marcar uma outra hora.

Ele não está se eximindo de depor”, explicou.

De qualquer modo, Marques distribuiu para a imprensa a nota que vai entregar ao procurador, assinada pelo prefeito.

Nela, Newton Carneiro diz que seu posicionamento formal sobre o caso já foi tomado quando, no dia 9 desse mês, encaminhou requerimento à 3a.

Vara do Trabalho de Jabotão pedindo a paralisação do processo e a suspensão do pagamento.

Também menciona a reunião que teve na Fundação Yapoatan, no dia 8, pouco depois de tomar conhecimento do acordo - firmado no dia 29 de janeiro.

Deste encontro teriam participado, ainda de acordo com a nota, os quatro funcionários da Fundação que foram ouvidos semana passada pelo Ministério Público do Trabalho: Julieta Pontes (presidente), Maria Sizenalda Timóteo (diretora financeira), Fernanda Campos Casado Lima (advogada) e Alexandre Gomes (sobrinho do prefeito e chefe de gabinete).

Os quatro foram afastados pelo prefeito na semana passada, depois de prestarem depoimento.

O procurador Renato Saraiva ouve hoje, além do assessor Jorge Marques, o procurador geral de Jaboatão, Aldemar dos Santos, que ajuizou no Tribunal Regional do Trabalho uma ação para rescindir o acordo.

Os dois e o prefeito são testemunhas para o Ministério Público do Trabalho.

Por isso, não foram intimados, mas convidados a depor, já que partiu deles a primeira medida para tentar suspender a indenização de Solange.

Mesmo assim, e apesar da nota, Renato Saraiva quer ouvir Newton Carneiro.

E ontem chegou a adiantar ao Blog que, se o prefeito se recusar a prestar depoimento, será intimado.