O presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Joaquim Donato Filho, disse agora à tarde ao Blog que não identifica resistências ao projeto enviado pelo governo fazendo modificações na Polícia Civil.
Ele contou que estava na reunião do Fórum Estadual de Segurança Pública, no fim de semana, quando o governador Eduardo Campos fez pesadas críticas a setores que estariam se opondo ao projeto.
A fala de Eduardo foi publicada hoje, com exclusividade, pelo Jornal do Commercio.
Você também pode ler e ouvir o pronunciamento do governador aqui no Blog, mais abaixo. "O governador foi muito contundente", avalia Joaquim Donato Filho, que não sabe atribuir a quem o governador estaria se referindo indiretamente.
Segundo Donato, os delegados especiais temiam, a princípio, que o governador extinguisse a categoria, fazendo sua unificação com os de primeira.
Mas como o projeto propõe apenas o aumentou no número de vagas de especiais, das atuais 41 para 150, as resistências que poderiam haver teriam se dissipado. "Nenhum delegado especial hoje tem do que reclamar", afirma o vereador Gilvan Cavalcanti (PP), que também faz parte da categoria.
De acordo com Cavalcanti, foi o delegado especial Valdir Macedo quem teria sugerido o aumento de vagas no topo da carreira para se alcançar a oxinação no comando da polícia civil como quer o governador.
A sugestão teria sido feita, um mês antes do projeto vir a público, diretamente ao secretário de Defesa Social, Romero Menezes.
Cavalcanti também teria participado do encontro, junto com outros dois delegados.
O vereador lembrou que os especiais querem, no futuro, ter seus salários equiparados aos procuradores do Ministério Público do Estado.
A carreira de delegado em Pernambuco é formada por quatro níveis: terceira, segunda e primeira categorias, além da especial.
Atualmente, apenas os 41 delegados especiais podem assumir cargos de chefia na Polícia Civil.
O projeto de lei do governo prevê a criação de mais 109 vagas de especiais, ampliando as opções para se escolher o comando.
A proposta cria, ainda, 110 cargos de delegados de 1a (45), 2ª (15) e 3ª (50) categorias, além de 46 novos cargos de peritos criminais e 45 de médicos legistas.
O projeto começa a ser votado nesta terça, 27, na Assembléia Legislativa.