Da Editoria de Política do Jornal do Commercio O governador Eduardo Campos(PSB) resolveu jogar duro com os críticos do Pacto Pela Vida - a ser lançado em abril e que definirá o Plano Estadual de Segurança Pública em elaboração pelo governo do Estado em parceria com representantes de diversos setores da sociedade.

Sem citar nomes, o chefe do Executivo disse que "quem tocar em alguém que esteja envolvido nessa causa, vai estar enfrentando o poder do Estado de Pernambuco, da União, que está junto conosco”.

O aviso, em tom de indignação, foi dado durante a abertura do Fórum Estadual de Segurança Pública, sábado, no Colégio da Polícia Militar.

Na platéia, composta por cerca de 150 pessoas, estavam policiais federais, civis e militares, especialistas em segurança, além de secretários de Estado e representantes de Organizações Não-Governamentais.

Eduardo foi taxativo: “Ninguém se atreva (a interferir).

Esses cães que ladram muito são frouxos.

São valentes para pequenos.

Conheço todos eles.

Desdentados eles são.

E eles me conhecem.

Conhecem quando eu era da oposição e denunciava o Sindicato do Crime na Mata Sul.

E nunca abri.

Não sou mais, nem menos do que ninguém, mas não vou admitir que desqualificados tentem fazer de um processo (o Pacto pela Vida) tão bonito quanto este uma briga menor”.

Nos bastidores, o recado de Eduardo Campos foi entendido como direcionado a setores descontentes dentro da própria polícia, que se opõem ao projeto de lei que amplia de 41 para 150 o número de delegados especiais que poderão assumir postos de chefia na instituição.

Com isso, abrem-se 109 vagas para delegados de primeira categoria ascenderem para o posto de especial, o que só ocorre se os candidatos tiverem a "ficha limpa”, ou seja, se não estiverem respondendo a processo.

A medida - anunciada como o primeiro passo concreto do Pacto - estaria acirrando os ânimos de policiais que temem perder privilégios.

Eduardo ressaltou ainda que o Pacto pela Vida “não é idéia de nenhum secretário, de nenhum pesquisador”, dizendo que o projeto nasceu da “sociedade que reclama, que quer um caminho”.

O governador disse também que a ele vai caber a defesa da integridade a todos que vão militar na causa.

E completou: “Vamos avançar e fazer de Pernambuco um Estado mais pacífico”.