Se vai ou não, por livre e espontânea vontade, prestar esclarecimento à Justiça do Trabalho, ainda não se sabe.

O advogado Jorge Marques, assessor extraordinário de Newton Carneiro, ainda tenta convencê-lo hoje a comparecer ao Ministério Público para depor no caso Yapoatan, nesta terça-feira.

O julgamento político, entretanto, pode começar amanhã mesmo, na Câmara Municipal de Jaboatão dos Guararapes, conforme antecipa ao Blog o presidente da Casa, Luis Carlos Matos, do PV, mas de mudança para o PMDB. “Nesta terça-feira, vamos discutir a proposta de uma CPI.

Hoje, o sentimento que eu tenho é que será aprovada.

Estou sendo procurado até por vereadores ligados ao prefeito Newton Carneiro pedindo que se mostre a sociedade qual o papel da instituição.

Não queremos uma caça às bruxas.

A CPI é um instrumento legal para apurar suspeitas.

São os próprios vereadores que acham que devem fazê-lo”, explicou.

Matos afirmou que a idéia de uma CPI ganhou força na semana passada, quando Tribunal de Contas do Estado (TCE) pediu que a Casa tomasse providências para suspender um contrato de dispensa de licitação de R$ 2,2 milhões, para realizar a atualização do cadastro do IPTU do município.

A secretaria de Planejamento, responsável pela contratação e pagamento, nega irregularidade. “Fomos notificados pelo TCE para tomarmos providências.

Vamos aproveitar o assunto e também aprofundar as investigações sobre o acordo no Judiciário.

Não queremos mais ver a questão trabalhista.

O que vamos averiguar é a necessidade ou não da fundação, nos moldes que ela existe hoje”, observa. “Todo mal traz um bem, não é?

Pois este acordo trabalhista serviu para despertar os parlamentares.

Hoje, só vemos problemas e escândalos”, opinou.

O presidente da Câmara Municipal contou que, se sete parlamentares assinarem o requerimento da CPI, será possível criar a investigação especial. “É verdade que existe uma bancada do governo, mas o escândalo tomou proporções que, mesmo querendo defender, é impossível.

O prefeito recuou, mas o pagamento já estava na boca do caixa.

O problema não é nem o valor, é o princípio ético.

Isto é o que mais dói”, diz.