Falta de licença legal ou ausência de hidrômetros para medir a vazão da água foram os motivos que levaram à autuação de 15 hotéis que operam poços em Boa Viagem.

A informação foi dada ao Blog pela assessoria da CPRH(Agência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente de Pernambuco).

As empresas terão 10 dias para regularizar suas situações.

Caso contrário, serão multadas em valores que variam de R$ 124,00 a R$ 800,00.

E poderão ser responsabilizadas criminalmente.

Três equipes formadas por integrantes da CPRH, Compesa, Secretaria de Recursos Hídricos e Cipoma (Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente) visitaram, nesta sexta, 24 condomínios de Boa Viagem, entre hotéis e edifícios residenciais. "Boa Viagem é um verdadeiro paliteiro", disse o geólogo da CPRH, João Moraes, referindo-se ao grande número de poços perfurados no bairro: cerca de 2 mil, variando entre 120 e 160 metros de profundidade.

Em toda a Região Metropolitana do Recife, são cerca de 5 mil.

De acordo com o presidente da CPRH, Hélio Gurgel, muitos poços estão salinizados naquele bairro devido à proximidade do mar e ao número cada vez maior de perfurações.

Isso foi constatado, por exemplo, pela equipe que visitou o Recife Palace.

Hoje, o hotel supre sua demanda extra de água comprando carros-pipa.

Para perfurar um poço, é preciso tirar uma licença na CPRH, renovada anualmente.

O custo varia de R$ 124,00 (a partir de 5m3 por dia de vazão) a R$ 800,00 (acima de 900m3).

Também é preciso conseguir da Secretaria de Recursos Hídricos o termo de outorga para uso da água, estabelecendo a vazão máxima.

Daí a necessidade de instalar hidrômetros para fazer este controle.

Fora isso, o condomínio não paga um centavo a mais pela água do poço.

Apenas pelo uso da rede de esgotos da Compesa.