Da Editoria de Política O acordo entre Solange Carneiro e a Fundação Yapoatan será também investigados pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
A promotora de Defesa do Patrimônio Público de Jaboatão dos Guararapes, Dalva Cabral, abriu ontem inquérito civil para apurar a legalidade no ato e a responsabilidade civil e criminal dos envolvidos em supostas irregularidades.
Ela adiantou que irá convocar para depor a presidente da Yapoatan na época do acidente, em 1998, a deputada estadual Elina Carneiro (PSB) e a irmã dela Solange Carneiro, autora da reclamação trabalhista que possibilitou a indenização de R$ 800 mil. “Um acidente em uma confraternização numa entidade dirigida pela irmã precisa ser diligenciado.
Existe essa coincidência com uma indenização de R$ 800 mil”, argumentou a promotora.
Ela pretende tomar os depoimentos também de todos os funcionários da Yapoatan ouvidos no Ministério Público do Trabalho (MPT) e da advogada trabalhista de Solange Maria Tenório de Moura.
Antes disso, requisitou uma série de documentos à prefeitura e à fundação, como a portaria de nomeação de Elina e Solange Carneiro nos cargos de presidente e diretora, respectivamente, da Yapoatan na época do acidente.
Além disso, ela pedirá à Câmara de Vereadores informações sobre a necessidade de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o caso.
De acordo com Dalva, o seu trabalho não se confunde com o do Ministério Público do Trabalho (MPT). “O MPT visa anular a decisão no acordo de R$ 800 mil.
O MPPE busca a responsabilidade criminal, por improbidade administrativa, e civil, com uma ação para desconstituir a possibilidade de indenização”, explicou.
A resposta da deputada Elina acredita haver motivação política nas iniciativas do MPT e MPPE. “Newton Carneiro tem muitos inimigos em Jaboatão, basta ver pela quantidade de candidatos às eleições municipais”, considera.
Ela rebateu a advogada Fernanda Casado, que disse ter se reunido com a deputada antes do acordo em favor de Solange Carneiro. “Ela está equivocada para não dizer que está mentindo.
Nunca a vi”, disse.
E procurou se esquivar de responsabilidade pelo acidente com a irmã. “Ela entrou com a ação em 1999, quando eu já tinha saído da fundação.
Ninguém tem culpa da cidadã Solange ter sofrido um acidente grave”, argumenta.
Disse, também, que não se pronuncia sobre a legalidade do acordo por já estar decidido pelo Judiciário.
Mas garantiu ter aconselhado o pai, Newton Carneiro, a evitar o pagamento dos R$ 800 mil. “Ele teve o apoio da família e dos assessores”, afirmou.
PS: A procuradora do MP que deu entrevista ao pessoal de política é a mesma que disse que iria investigar as irregularidades comprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado na Endeja, no ano passado.
Até aqui, não deu em nada prático, além da promessa de acompanhamento, salvo agum dado novo que a coluna eletrônica desconhece.