Da Folha do Amapá Online A Polícia Federal deflagrou na madrugada de hoje, a operação Antídoto que visa desmantelar quadrilha que fraudava licitações para aquisição de medicamentos.
A operação acontece nas cidades de Macapá/AP, Belém/PA, Fortaleza/CE, Altamira/PA e Tartarugalzinho/AP com cumprimento de 19 mandados de prisão e 30 mandados de busca e apreensão e conta com a participação de 139 policiais federais.
As investigações tiveram início em março de 2006, após denúncia de um dos envolvidos com o esquema das fraudes, a partir daí a PF passou a monitorar as ações dos envolvidos.
O esquema das fraudes consistia na participação de empresas em licitações, principalmente no estado do Amapá, para aquisição de medicamentos, concorrendo com preços muito abaixo dos praticados no mercado para vencer a concorrência.
Em seguida as empresas vencedoras não cumpriam totalmente o fornecimento da mercadoria.
Em alguns casos somente cerca de 60% da mercadoria era entregue, sendo o restante do fornecimento atestado por servidores públicos, participantes do esquema, como se tivessem sido totalmente realizados.
Os pagamentos às empresas eram acelerados pelos agentes públicos.
No esquema havia participação de empresários, servidores públicos, incluindo um licenciado tido como articulador e um agiota.
Foi detectada a participação de 5 empresas e as fraudes eram praticadas desde 2003, quando era secretário de Saúde Sebastião Bala, hoje deputado federal, e um dos presos na Operação Pororoca, em 2004.
A operação é realizada com ações de apreensão de bens, documentos, agendas, computadores, livros contábeis e agendas, em residências, empresas, órgãos públicos e escritórios contábeis.
Os envolvidos responderão por corrupção ativa e passiva, fraudes em licitação, tráfico de influência, inserção de dados falsos em sistema de informação público, usura, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A Operação Antídoto já prendeu 11 pessoas envolvidas com um esquema de fraudes em licitações da saúde pública do estado.
Confira a seguir alguns nomes das pessoas presas pela polícia federal: Marlon Costa Borges (dono de uma das principais boates de Macapá e ex-chefe de Planejamento e Finanças da Secretaria Estadual de Saúde, na gestão de Bala), Franklin Roberto Góes da Silva (sobrinho do governador Waldez Góes, assessor do deputado estadual Roberto Góes, primo do governador), José Gregório Ribeiro de Farias, chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Saúde, ligado ao senador Gilvam Borges, Ivani Pinheiro, ex-diretora da Coordenação de Assistência Farmaceútica da Secretaria de Saúde na gestão de Bala, Braz Martial Josaphat, fiscal da Receita Federal e tesoureiro das campanhas eleitorais do governador Waldez Góes em 1998, 2002 e 2006.
A denominação da operação se deve a comparação com o esquema que seria o veneno contra a saúde e o patrimônio público e a ação policial seria o antídoto, o contraveneno da ação criminosa.