Depois que o secretário de Saúde, Jorge Gomes, anunciou hoje, pelo Blog do Jamildo, que não aceitaria dupla militância na Secretaria de Saúde, empresas do setor animaram-se a apresentar novas denúncias contra funcionários da pasta.

Além da distribuidora Expressa, que mantinha uma funcionária dentro da Secretaria de Saúde, dispensada em fevereiro pelo secretário, uma outra empresa é citada como envolvida em procedimentos heterodoxos em processos licitatórios no Governo passado. É a Hospfar, megaempresa do setor de distribuição de medicamentos e com sede em Goiânia.

De acordo com informações extra-oficiais levantadas por este blog, a empresa também teria uma funcionária dentro da Secretaria e que ainda estaria lotada no órgão.

Numa amostragem na planilha em poder do blog, pode-se confirmar alguns exemplos de discrepância nos preços em favor da empresa.

O medicamento Rebif (Interferon Beta, utilizado no tratamento de esclerose múltipla) apresenta um contrato que indica um sobrepreço de R$ 853 mil.

Segundo fontes de mercado, a empresa venceu o pregão em 9 de novembro do ano passado, cobrando R$ 5,4 milhões enquanto o preço limite aceito pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) era de R$ 4,1 milhões.

A atual gestão está analisando o processo, cujos valores negociados ficaram em R$ 5 milhões, ainda assim R$ 853 mil a mais que o teto.

Uma rápida olhada no Google no nome da empresa já mostra matérias onde a Hospfar envolvida em escândalos em licitações no Distrito Federal e em Mato Grosso do Sul.

Já no caso da Expressa, além da dublê de funcionária da empresa e servidora da Secretaria, afastada por manipulação de processos, existem contratos suspeitos. É o caso do Interferon Peguilado (para hepatite crônica).

Três pregões foram feitos no ano passado, nas datas de 9 de novembro, e mais dois em 7 de dezembro, somando R$ 17 milhões em compras do medicamento.

Vale lembrar que a verba do SUS destinada à compra de medicamentos excepcionais, como é o caso deste, foi de R$ 33 milhões em 2006.