O secretário de Saúde, Jorge Gomes, anunciou, na tarde de hoje, o que seria o resultado de uma auditoria nas contas da sua pasta.

Divulgou um déficit de R$ 66 milhões, sendo R$ 27 milhões de verbas do Sistema Único de Saúde e outros R$ 39 milhões do Tesouro do Estado. “Não estamos aqui para polemizar.

Só queremos mostrar uma constatação.

Recebemos o caixa da Saúde com R$ 4 mil em contas e esses débitos todos”, tentando afastar objetivos políticos no ato.

Ele estava acompanhado de sua diretoria.

Embora evitando dar um tom de denúncia, Jorge Gomes reclamou basicamente de duas coisas.

Na primeira delas, informou que o governo passado deixou dívidas de R$ 27,4 milhões na área do SUS, especialmente com prestadores de serviços, hospitais públicos e privados.

Na decomposição destas dívidas, uma das principais contas são dívidas com fornecedores de medicamentos, com R$ 7 milhões.

Segundo o governo atual, o dinheiro veio do SUS, entrou no caixa da Saúde, mas foi usado para pagar outras licitações e contratos da mesma pasta. “Foi gasto no setor de saúde mesmo, mas é desvio de finalidade”, diz o diretor administrativo e financeiro, Edson Brito. “É uma irregularidade do ponto de vista financeiro”, argumentou, quando questionado se haveria prejuízo direto para a população.

Segundo Jorge Gomes, a situação atrapalha principalmente a execução do orçamento de 2007, que precisa ser usado em parte para fechar as contas de 2006.

No caso, segundo os dados da própria Secretaria de Saúde, o orçamento deste ano de 2007 soma R$ 1,180 bilhão, sendo R4 580 milhões do SUS e R$ 600 milhões do Tesouro Estadual.

Na segunda revelação, Jorge Gomes anunciou que a gestão passada deixou R$ 7 milhões do exercício passado não empenhados.

Esses valores estão sendo glosados e podem ser recusados. “Não é comum que se deixe um valor tão significativo, de um ano para o outro, sem escrituração pública.

Do exercício passado, já pagamos R$ 13 milhões de 2006”, explicou.

Na tarde de hoje, o governo informou que iria enviar ao TCE e ao Ministério Público cópia da auditoria, pedindo análise.

Na avaliação da atual gestão, a situação pode ser enquadrada na Lei de Responsabilidade Fiscal, por não ter sido previstas receitas suficientes para as despesas.

Socorro na Fazenda O secretário de Saúde, Jorge Gomes, disse que vai buscar a Secretaria de Fazenda para pedir socorro financeiro, com o objetivo de financiar o ‘déficit’ anunciado hoje.

Outra forma de contornar o problema é a negociação dos débitos com os laboratórios.

De um total de R$ 14 milhões, já foram pagos R$ 3 milhões.