O projeto de lei do Governo do Estado que amplia de 41 para 150 o número de delegados especiais na Polícia Civil foi criticado pelo Presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Joaquim Donato Filho. "Só o tempo dirá se a decisão é acertada, mas acho um número grande. É muito cacique para um efetivo que não chega a 5 mil homens na Polícia Civil", afirmou.
Além de criar 310 novos cargos em várias categorias, o governo quer que os delegados de primeira, mais jovens que os especiais, possam assumir postos de comando na força.
Para Joaquim Donato, se o objetivo da medida é oxigenar o comando da polícia, seria importante que o governo incentivasse a aposentadoria dos mais velhos. "Muitos delegados especiais têm tempo para se aposentar, mas não se decidem porque não querem comprometer o sustento dos filhos", diz.
Segundo ele, a aposentadoria chega a reduzir em 1/3 a remuneração de um delegado especial, cujos vencimentos líquidos médios na ativa situam-se em R$ 5,5 mil. "Aí vão ter de engolir os delegados especiais até que eles completem 70 anos", opina, referindo-se à idade para a aposentadoria compulsória.
O projeto de lei que começa a tramitar na Assembléia Legislativa hoje propõe a criação de 310 novos cargos na Polícia Civil, sendo 109 para delegados especiais, 45 para delegados de primeira categoria, 15 para segunda, 50 para terceira, 46 para peritos e 45 para médicos legistas.