No mesmo dia em que foram divulgados os números da SDS comparando as mortes, a deputada estadual Terezinha Nunes, ex-secretária de Desenvolvimento Urbano de Jarbas Vasconcelos, distribuiu nota à imprensa cobrando promessas de melhoria da situação da segurança.

Com ela, ao que parece, não tem esse negócio de três meses de lua de mel não. É pau puro.

Veja abaixo. "Mais de 50 mulheres foram assassinadas no Grande Recife nos dois primeiros meses deste ano – quase uma por dia.

O número de homicídios nesse mesmo período não foi reduzido.

Pelo contrário, o mês de janeiro foi o mais violento desde 2003.

A par dessa realidade e da postura adotada pelo governador Eduardo Campos durante a campanha, quando culpou o Governo Jarbas de não ter combatido eficazmente a violência e prometeu tomar para si a questão, comandando, pessoalmente, as medidas nesta área, era de se esperar que a oposição estivesse agora atirando pedras nos novos administradores.

Mas não é isso que vamos fazer.

Entendemos lá atrás, e continuamos com o mesmo pensamento, que a questão da segurança, infelizmente, não vai ser resolvida por um, dois ou até três ou quatro governadores.

O problema é muito mais complexo: deve envolver todos os níveis de Governo e também a sociedade.

Por isso consideramos um erro do atual governador usar a segurança como mote de campanha e, ainda por cima, prometer na televisão resolver o problema.

Mas vamos aos fatos.

Em uma perspectiva de longo prazo o governador começou a agir criando o Pacto pela Vida, da mesma forma que Jarbas criou os Conselhos pela Paz.

Pena que, ao invés de continuar o projeto anterior, tenha se partido para outro, com o simples objetivo de mostrar inovação.

Mesmo assim há de se considerar positiva a iniciativa.

No que se refere ao curto prazo, e a população assustada cobra por isso,infelizmente, o governo ainda não mostrou a sua cara e, portanto, não é possível dizer se as medidas tomadas são adequadas ou não.

Elas, simplesmente, não existem.

O que é lamentável pois a eleição foi resolvida no mês de outubro e já se passaram quatro meses desde que as urnas foram fechadas.

A nova equipe preferiu nesse tempo olhar para traz, criticando a gestão anterior, do que elaborando projetos e realizando ações.

A análise mais acurada, portanto, vai ter que esperar.

Aguardamos que se ultrapasse a fase de divulgação de estatísticas já conhecidas para dar lugar a respostas.

Não precisamos mais saber que Pernambuco é um estado violento.

Precisamos sim é trabalhar dia e noite para minimizar os efeitos desta imagem que tantos problemas já nos causou e causa.

A falta de respostas, porém, não impede que o atual governador passe a cobrar ações do Governo Federal, do qual é aliado.

E que nada tem feito pela segurança.

O presidente tem preferido usar sua conhecida verborragia para falar do assunto como se morasse em outro País.

Enquanto isso só corta verbas e nada produz no combate às raízes da criminalidade encrustradas no tráfico de drogas e no contrabando de armas.

Por fim, apesar de não ter recebido este mesmo tratamento no passado, a oposição está firme e disposta a colaborar no que for possível para por fim aos nossos altos índices de violência, aprovando projetos do Governo que considerar importantes para se chegar a isso ou mesmo criticando o que considerar errado mas sem pirotecnia.

Isso também é ajudar".