Em artigo em seu Blog, hoje, o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, corrobora o tal "jeito novo de fazer política" a que Lula se referiu na posse de três novos ministros, ontem.
Na sua avaliação, a situação revela um duro e benéfico aprendizado para o PT e para o próprio presidente.
Sem entrar no mérito do que diz nosso vice-prefeito, não posso deixar de registrar um contraponto.
Em sendo FHC, as nomeações seriam chamadas de acordos e negociatas com a velha burguesia dos partidos, para ser bem polido?
Duro e benéfico aprendizado Ontem, sexta-feira, ao dar posse a três novos ministros - José Gomes Temporão, Saúde, Geddel Vieira Lima, Integração Nacional, e Tarso Genro, Justiça – o presidente Lula proclamou "um novo jeito de fazer política", referindo-se ao processo de negociação entre o governo e os onze partidos que o apóiam.
Textualmente, disse o presidente: "Não é apenas uma troca de um homem por outro homem.
De uma mulher por outra mulher.
De um partido por outro partido.
O que estamos consagrando a cada ministro que eu nomeio é um novo jeito, nova forma de fazer política no nosso país. É um momento de aprendizado para todos, que é a construção de uma política de coalizão que envolve partidos, governadores e prefeitos".
Verdade, é um duro e benéfico aprendizado.
Especialmente para o PT e para o próprio presidente, que – faça-se justiça – vêm ambos aprendendo a estabelecer alianças amplas e diversificadas ao longo do tempo.
De 1999 para cá é um notável progresso.
Naquele ano, ao passar ao segundo turno no pleito presidencial, Lula chegou a recusar o apoio de Ulysses Guimarães e do PMDB.
Fez autocrítica posteriormente.
A própria idéia de um governo de coalizão capaz de expressar a vontade das urnas e a complexidade da vida e da política no Brasil, apto a unir vontades em prol dos objetivos maiores da Nação – inicialmente proposta pelo PCdoB – demorou muito a ser assimilada pelo PT, mesmo quando Lula já a adotava.
O fato é que o novo ministério está com cara de pluralidade e de coalizão.
Para o PT e para Lula, um jeito novo de fazer política.