O anúncio de que a Polícia Civil irá contar com mais cargos de comando, com a criação de mais 310 vagas, gerou uma profunda insatisfação na tropa da PM.
O presidente da Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos da Polícia e Bombeiro Militar de Pernambuco AOSS), capitão Vladimir Assis, em visita ao Blog, criticou o que acha uma desatenção com a cooporação. “A PM precisa de mais oxigenação do que a Polícia Civil e não tem nada neste sentido”, reclama.
A sua principal argumentação diz respeito à proporção de vagas. “Na civil, existem 4 mil homens e uns 150 delegados especiais no comando.
Na PM, são 17 mil homens e apenas 21 coronéis.
Assim, mais oxigênio precisa a PM.
Tem que mexer na PM também e logo.
Temos que acabar com o feudalismo na PM”.
Segundo a entidade, existem mais de 6 mil oficiais e alguns estão há 14 anos no posto, sem perspectiva de ascenção. “O governo está mal assessorado.
Falamos na semana passada e nada.
Vamos apresentar propostas concretas.
Não queremos esmolas, mas respeito”, frisou.
Na avaliação do sindicalista, a iniciativa só vai reforçar o ato que está sendo organizado para o final do mês, no Clube dos Oficiais, quando os oficiais deverão renovar os votos de lealdade à corporação, mas cobrando melhores condições de trabalho e sustento, enpunhando suas espadas de comdantes. “Eu sei que é difícil, pois para o PM tudo é mais difícil.
Logo dizem que é insubordinação, mas será uma manifestação pacífica.
Não vai ter ninguém com armas.
Vai ter até uma feijoada depois”, informa.
No dia 14 de abril, a partir das 10 horas, será a vez dos subtenentes e sargentos fazerem uma manifestação semelhante, no Clube dos Subtenentes e Sargentos na Torre. É a pressão por maiores salários e a valorização da cetegoria.
Entenda a polêmica: O governador Eduardo Campos enviou à Assembléia Legislativa, na tarde de quinta-feira, mensagem cria 310 cargos de delegados de Polícia Civil, peritos criminais e médicos legistas.
O projeto prevê a criação de 219 vagas de delegados da Polícia Civil, 46 novos cargos para os peritos criminais e outros 45 para os médicos legistas.
Com a mudança, o número de delegados aptos a assumir cargos de chefia em Pernambuco passa para 150. “A assinatura desse projeto é a realização de um sonho de todos nós.
Antes dele, apenas 40 delegados se revezavam no comando das delegacias e o governador era obrigado a nomeá-los”, explicou o segundo vice-presidente da Associação dos Delegados de Pernambuco, Adepe, Ernande Francisco.
Na mensagem destinada ao presidente da Alepe, o governador afirma que o objetivo do projeto é reestruturar as carreiras de delegado, legista e perito e aumentar as opções de escolha do Governo para a cadeia de comando: “Estamos garantindo uma perspectiva de carreira, de crescimento dentro da Polícia e a oxigenação dos quadros.
Estamos deixando a tropa satisfeita, para atender melhor à população”, explicou Eduardo, durante entrevista coletiva no Palácio.
O governador classificou a decisão como “moderna” e justificou o aumento de vagas comparando a polícia à outras organizações: “Todas as instituições do mundo que resistiram ao tempo foram aquelas que têm carreira, como a própria Igreja, as forças armadas.
Na vida é assim.
Na própria redação de uma TV, de um jornal, as pessoas produzem muito melhor quando elas sentem que têm a possibilidade de ascender ao posto de comando com seu trabalho, seu mérito”, afirmou.