Por Gilvan Oliveira Da Editoria de Política Indignada.

Assim a presidente da Fundação Centro Jaboatonense de Educação, Ciência, Tecnologia e Cultura (Fundação Yapoatan), vinculada à Prefeitura de Jaboatão, Julieta Pontes, reagiu aos desdobramentos do acordo numa ação trabalhista em que a entidade terá de pagar R$ 800 mil à filha do prefeito Newton Carneiro (PSB) Solange Manoela Lopes Carneiro.

O advogado de Julieta, Eduardo Porangaba Texeira, disse que partiu dela o pedido para impedir o pagamento antes de o caso se tornar público, na última terça-feira – através deste Blog–, contradizendo o procurador-geral do município, Aldemar Santos.

Além disso, reafirmou que ela não autorizou qualquer conciliação naquele processo.Apesar de revelar a indignação, Julieta Pontes evitou o assunto.

Disse que só fala através do advogado.

Eduardo Porangaba contestou o procurador de Jaboatão mostrando cópia de um ofício enviado por Julieta, no dia 8 de março – quatro dias antes do episódio vir à tona –, alertando-o que não foi “devidamente instruída” pelo departamento jurídico da fundação sobre o acordo e questionando os R$ 800 mil.

Ela havia pedido, também, parecer jurídico, “com urgência”, sobre as “repercussões” do pagamento.

Aldemar Santos confirmou a versão.

Acrescentou, porém, que Julieta estava respondendo a uma requisição da secretaria da Fazenda municipal, do dia 28 de fevereiro, questionando a despesa. “A Fazenda pediu cópia do processo da Justiça do Trabalho para analisar.

Só achei que ela demorou para responder”, informou.Ainda segundo o advogado, Julieta Pontes, além de não autorizar transação entre a Yapoatan e Solange Carneiro, se negou a pedir à Secretaria da Fazenda a liberação de verba complementar para pagar o acordo.

No requerimento em que é feito esse pedido consta a assinatura do chefe-de-gabinete dela, Alexandre Gomes, que é sobrinho do prefeito Newton Carneiro, e não a dela. “Julieta não tinha conhecimento desse documento”, advertiu.

Diante de tantos impasses, Julieta Pontes convocou para hoje, às 10h, uma reunião com o conselho curador da Fundação na sede da entidade, no bairro de Piedade.

Ela irá propor a abertura de investigação para apurar eventuais desvios de conduta no episódio.

O advogado Eduardo Porangaba se negou em apontar possíveis investigados.

Porém, devem prestar esclarecimentos a advogada da Fundação no processo trabalhista, Fernanda Campos Casado Lima, que também é servidora da secretaria de Educação municipal; a funcionária que representou a entidade na audiência e firmou o acordo, Maria Sizenalda de Sousa Timóteo; e o chefe-de-gabinete de Julieta Pontes, Alexandre Gomes, sobrinho do prefeito Newton Carneiro.

Entenda a polêmica Solange Carneiro entrou com uma ação por dano moral e estético contra a Fundação Yapoatan em 2005, na 3ª vara da Justiça do Trabalho de Jaboatão.

Em dezembro de 1998, ela sofreu um acidente durante uma festa de confraternização da entidade, da qual era coordenadora de Articulações Institucionais, nomeada pelo pai, o prefeito Newton Carneiro, no seu primeiro mandato.

No dia 29 de janeiro deste ano, Solange e a entidade firmaram um acordo de R$ 800 mil e mais R$ 160 mil de honorários advocatícios.

PS: A deputada Elina Carneiro, do PSB, irmã de Solange Carneiro, não aceita dar entrevista.

Ela era presidente da entidade quando teria ocorrido o acidente objeto da reclamação trabalhista