O secretário de Transportes do Estado, Sebastião Oliveira (PR), revelou nesta tarde, em almoço com a imprensa, com a participação deste Blog, que vai sugerir ao governador Eduardo Campos, amanhã, o projeto de concessão de operação dos terminais rodoviários do Estado pela iniciativa privada.

Trata-de de um eufemismo, pois os socialistas não gostam de usar a palavra privatização.

Oliveira, que já defendeu pedágio para cuidar da 232 e foi desautorizado pelo vice-governador, acaba de chegar de São Paulo, onde foi conhecer o sistema privado que opera os terminais da capital paulista. “Se o governador disser que concorda, vamos contratar os estudos e depois abrir as licitações.

Com o que arrecadarmos, vai sobrar dinheiro para a manutenção dos outros”.

Veja alguns pontos da conversa.

PrejuízoHoje, todos os terminais dão prejuízo.

São mal geridos, mal administrados.

Não temos pessoal suficiente nem para cuidar.

Só o TIP dá um prejuízo de R$ 110 mil por mês.

Nos 73 terminais, o prejuízo chega a R$ 500 mil por mês.

Vou levar dois modelos.

Não sei se o governador vai querer o público ou o privado, mas o que sei é que temos que fazer muitos investimentos e os recursos são poucos.

CondiçõesNo caso da proposta do modelo privado, quem ganhar a licitação faria as reformas e ficaria responsável pela manutenção.

Com esta opção, o Estado economizaria os recursos.

Podemos não repassar tudo, mas pelo menos com os 30% que licitarmos, teremos receita para cuidar do resto.

O tempo de concessão poderia variar de 15 a 30 anos.

Terminal Integrado de PassageirosNo caso do Tip, temos que investir cerca de R$ 4 a R$ 5 milhões.

No de Caruaru, mais ou menos R$ 1,5 milhão.

No de Serra Talhada, outro R$ 1 milhão.

A gente tem várias coisas mais importantes para investir.

Quem ganhar a licitação, poderia fazer a sub-locação das lojas (como um shopping center).

No Ceará, isto já foi feito.

Quando a iniciativa privada entrou, eles montaram até um novo terminal para a área sul da cidade, depois de um estudo de demanda.

Em Pernambuco, as empresas que ganharem também poderão ter que fazer um estudo logístico, com a indicação de novas áreas para a montagem de terminais, como aconteceu em Fortaleza, no Ceará.

Melhoria das condiçõesPodemos exigir climatização, segurança, acessibilidade, estacionamento nas licitações.

O que temos hoje não é bom.

No Tip, as placas de indicação dos destinos dos ônibus estão escoradas.

A conta de energia mensal soma R$ 50 mil, mas não há sequer contador nas lojas.

Os permissionários pagam uma taxa de R$ 3,00 por mês.

São 47 lojas e seis quiosques.

Vamos acabar com isto em breve.