O empresário Marcos Antônio Tonussi, diretor comercial e um dos proprietários da empresa mineira Tacom, responsável pela implantação do sistema de bilhetagem eletrônica do sistemas de transporte da RMR, não se abala com as críticas do presidente do sindicato das empresas de ônibus nem com as farpas que o próprio presidente da EMTU, Dilson Peixoto, já soltou contra a empresa, reclamando da necessidade de modernização do sistema e redução de custos. “Vamos entrar com uma proposta bem agressiva.
Só esperamos uma licitação limpa”, observa.
Nesta semana que passou, em polêmica aberta com a direção da EMTU, a empresa já havia informado que a troca de todos os cartões de pagamento representaria um desperdício, algo em torno de R$ 15 milhões.
A EMTU nega.
Na próxima semana sai a definição da licitação. “Vou receber o relatório da comissão que analisa o termo de referência e decidir, depois de levar o caso ao secretário Humberto Costa (Cidades) e o governador”, afirma Dilson Peixoto.
Veja um resumo da entrevista: Não desiste de lutarVamos entrar forte e bem agressivos na concorrência.
Já estamos com nossa proposta técnica e comercial pronta, para ser entregue no dia 22, se não houver um novo termo de referência, já que a licitação já foi adiada de janeiro para março.
Briga com o Setrans na JustiçaSão duas coisas diferentes.
Uma coisa é nossa disputa judicial.
A outra é a licitação pública.
O que pode acontecer é a EMTU abrir mão de fazer a licitação, cancelar, e repassar a escolha para o Setrans.
Vamos ver. (A briga acirrou-se no ano passado, depois que a direção da EMTU, nas mãos do PSDB, tomou a decisão de tirar a gestão financeira do sistema das mãos do sindicato e trazê-lo de volta para a EMTU.
No final do ano passado, o setor chegou a divulgar nota oficial contra o ex-presidente da estatal, Evandro Avelar, ex-candidato a vice na chapa de José Mendonça Filho, do PFL).
Rebatendo o Setrans(Sobre as críticas de defasagem).
Não é verdade que a base de operações do Recife seja velha, desatualizada.
Ela foi criada ainda na gestão de Oswaldo Lima Neto e continua atual.
Só precisa de algum up grade, como a recarga a bordo e a implantação do sistema de leitura W-lan (que permite redução de custos operacionais para as empresas, ao fazer a leitura automática de todas os veículos, por meio de sinal de satélite e não por rádio, um ônibus a cada vez).
No mais, não existe sistema mais avançado.
Ou ele é igual ou mais avançado do que as demais capitais.
O que existe é a necessidade de alguma evolução.
EvoluçãoComo podemos ser uma empresa atrasada, se acabamos de ganhar uma concorrência internacional no Equador?
Desperdício de dinheiro públicoCaso se decida trocar todos os cartões, quem vai perder é a cidade.
LicitaçãoNós esperamos uma licitação limpa.
Se tiver alguém com acesso às informações do termo de referência, é o caso de impugnação. (A empresa já entrou inclusive com uma representação contra a uma empresa local, chamada Serviço Digital, que associou-se à Prodata, uma das concorrentes, cobrando um certificado de propriedade intelectual do sistema de software).
Custo maiorO preço vai ter que subir, com certeza.
Desde março do ano passado, o custo por ônibus da prestação de serviço é R$ 149,00, mas esse valor só é possível porque operamos em uma plataforma já depreciada economicamente.
O valor histórico de quando o serviço começou a ser prestado era de R$ 185,00 por carro ao mês.
Além disso, o novo edital especifica o preço mínimo de R$ 300,00.
Pelo edital que estava posto, a empresa que for prestar os serviços também terá que trocar os cartões e operar dois sistemas (cartões com com contato e sem contato).
Vai onerar muito as operações.
Nós não achamos que é desperdício trocar, mas também somos a única empresa que tem tecnologia para prestar os dois serviços simultaneamente.
Já fizemos isso em Salvador, com sucesso. É como trocar a turbina de um avião em pleno vôo.
Risco de evasão de receitasO cartão sem contato agrega pouco tempo nas operações para os usuários. É coisa de segundos.
No entanto, tem um lado ruim.
Com o cartão atual, o usuário é forçado a tirar da carteira e isto permite a fiscalização. (Sem a necessidade de tirar da carteira, uma pessoa que receba gratuidade pode ceder o cartão para um terceiro, criando evasão de receitas).
O atual é uma segurança contra fraudes e roubos.
Ajuda ao setorTemos muitos serviços prestados ao setor.
No auge da crise, os informais estavam devorando o faturamento do setor.
Hoje, com a implantação do vale transporte eletrônico, nos ajudamos a fidelizar o cliente.
Se não avançou mais, não é por nossa culpa.
Somos prestadores de serviço (recebemos ordem para implantar mais ou menos cartões).
Ajuda política do PTNão me lembro com quem eu falei, mas falei com o pessoal do PT aqui de Minas sim (em resposta a uma colocação do presidente da EMTU, Dilson Peixoto, quando questionado se a Prodata representaria interesses do PT de São Paulo na licitação).
PS: O editor do Blog viajou a Minas Gerais, sede da empresa, integrando um grupo de jornalistas locais, na última segunda-feira, a convite da prestadora de serviços.
A coletiva de imprensa foi realizada com o objetivo de falar da megalicitação no Recife e apresentar as novas operações no Equador.