É aguardada com muita ansiedade, na área de educação, qual será o julgamento da deputada Tereza Leitão (PT), sobre o lançamento da parceria do governador Eduardo Campos com o Instituto Ayrton Senna, hoje na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).
Não sem motivo.
No governo passado, quando a parceria foi lançada, a ex-presidente do sindicato dos professores do Estado afirmou que tratava-se de iniciativa que visava o início da privatização do ensino no Estado.
Através dos programas “Se Liga” e “Acelera”, realizados em parceria com o instituto privado, beneficia-se 284.691 crianças carentes do Ensino Fundamental I, em 181 municípios de Pernambuco, buscando alfabetizar com qualidade e corrigir a distorção idade/série na rede pública.
Alheia à politicagem que, por vezes, assola também as ações na área de educação, a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, elogiou a manutenção dos programas e as parecerias.
Muito educada, também não passou recibo público. “Fico feliz ao ver que em Pernambuco, o Governador Eduardo Campos passa sobre as questões partidárias e coloca as crianças em primeiro lugar.
Desde o primeiro momento em que o procurei, Eduardo mostrou-se sensível às questões da educação pública”.
Ela encontrou-se nesta sexta-feira, com o governador e empresários pernambucanos para discutir os rumos da Educação em Pernambuco e possíveis parcerias com o executivo estadual.
Segundo o atual governo, essa integração com empresas privadas pode ser mais uma novidade da Educação em Pernambuco. “Estamos implantando um sistema de gestão com foco e metas a cumprir.
Investindo em educação, nós estamos fazendo um esforço de recuperação de milhares de jovens, que viveram anos de baixo crescimento econômico e social”, disse o Governador Eduardo Campos.
O problema, junto com a repetência, é uma das principais razões da evasão escolar e causadora de um grande rombo nos cofres públicos.
De acordo com o governador essa distorção atinge 36% dos alunos, gerando um gasto de R$ 450 milhões, por mês, ao Estado. “Ao invés dessas crianças e adolescentes cursarem duas, três vezes a mesma série, poderiam ser mantidas na escola em tempo integral, longe da marginalidade e de tudo de ruim que o mundo lá fora os chama”, propôs.
Segundo Viviane Senna, além do prejuízo econômico de R$ 7,7 bilhões, em nível nacional, a distorção idade/série traz também um prejuízo político para a sociedade. “A população sem educação não tem condições de cobrar de seus representantes de forma adequada.
Precisamos dar oportunidade para que essas crianças se desenvolvam”, argumentou.
Segundo o Secretário de Educação, Danilo Cabral, o Estado vai se espelhar na metodologia de gestão desenvolvida e aplicada pela entidade e em outras experiências de sucesso implementadas em outros Estados brasileiros para que a Educação sofra uma grande reformulação.
Ao final do encontro, o secretário Danilo Cabral anunciou que neste ano, o Estado vai investir R$ 2,8 milhões na capacitação de professores, sendo 70% dos recursos destinados para a qualificação de profissionais do ensino médio.
O dinheiro já está assegurado junto ao Banco Mundial. “Os educadores terão todo apoio do nosso governo”, ressaltou Eduardo.