O presidente da EMTU, Dilson Peixoto, conversou nesta tarde com o Blog para explicar a decisão de liberar as empresas de ônibus de contratarem seguros de acidentes, por determinação da gestora oficial.

Ele explica que a medida faz parte de uma estratégia de redução de custos do sistema, com vistas à redução das passagens mais a frente, sem prejuízo à população, com a consideração de que as pessoas podem continuar indo à justiça reclamar eventuais indenizações, em caso de atropelamento e acidentes, por exemplo.

Veja um resumo: Sem prejuízo para a populaçãoQuem determina as indenizações é o código civil.

As empresas vão continuar respondendo pelos seus atos.

Na prática, hoje, as seguradoras só pagam mesmo quando a ação já transitou em julgado.

O caso precisa ir à Justiça.

Por contrato, os sinistros podem chegar aos R$ 50 mil, mas já teve casos de R$ 10 mil que as seguradoras não pagaram.

O que a empresa fez?

Pagou os R$ 10 mil e entrou na Justiça para ser ressarcida.

Negociação diretaNa prática, o que vai acontecer é que as próprias empresas vão decidir se contratam seguro ou não.

Elas também ganham liberdade para fazer a negociação direta.

Tem um acidente, pode resolver com R$ 500,00 vai lá e faz.

Se achar que a culpa não é dela, vai para a Justiça.

Ou resolve na hora ou vai para a Justiça.

Assim, não acabamos com a indenização.

Não posso fazer isto nem sou louco.

Redução de custosA medida vai ajudar a reduzir custos do sistema. É melhor para as empresas pagarem os seus danos do que fazerem o contrato com as seguradoras.

O custo dos contratos por ano é maior do que os valores que elas pagam de indenizações.

Impacto nas passagensO impacto é pequeno, mas ele faz parte de uma estratégia maior, de descompressionar os custos das empresas, que se preparam para o reajuste anual dos motoristas e cobradores agora em julho.

Na hora em que o presidente Lula decida baratear as passagens, o que pode ocorrer ainda este mês, vamos exigir essa medida de descompressão dos custos como contrapartida para reduzir as tarifas para a população.

Sem competênciaDescobrimos que, como órgão gestor, não temos competência para determinar essa contratação.

As empresas não reclamavam antes porque elas detém permissões precárias e não podem reclamar.

Na licitação das linhas que vamos fazer, por exemplo, isso não pode ser exigido porque seria derrubado legalmente.

Não trabalha para seguradorasNão estou aqui para defender o interesse das seguradoras.

O que acontece é que essa medida desagrada as seguradoras que tem contratos.

Com a medida, cada um vai pagar o prelo justo.

Não vim para a EMTU para deixar como está.

Seguradoras pequenasA prova de que a exigência foi afrouxando, desde que foi instituída no governo Arraes, é que o nível das seguradoras atuais não é o melhor.

O custo previsto por ônibus devia ser R$ 184 por ônibus.

A apólice em vigor soma R$ 72,00.