Por Wilfred Gadêlha Da Editoria de Brasil Batedores acompanhando um carro preto com bandeiras dos Estados Unidos chamaram a atenção de quem estava ontem à tarde na Avenida Dantas Barreto, em Santo Antônio, no Centro do Recife.
Do automóvel, saiu o presidente americano George W.
Bush, conduzido pelo próprio Tio Sam.
Uma platéia com cara de quem não está entendendo nada chegou a aplaudi-lo para depois entoar uma vaia contra o líder da maior nação do mundo.
Na verdade, Bush era o engenheiro Antônio Marinho, que teve a “honra” de vestir uma máscara do presidente dos EUA, alvo de protesto realizado pelo Movimento de Mulheres contra o Desemprego, na Praça da Independência.
O tradicional palco de manifestações no Centro do Recife recebeu cerca de 150 pessoas.
Elas participaram de um júri simulado, que terminou com a execução de George W.
Bush.
Ao som de New York, New York, “carrascos” ligaram a chave de uma falsa cadeira elétrica, sob os olhares da estátua do poeta pernambucano Carlos Pena Filho.
Após a “execução”, os manifestantes rezaram um Pai-Nosso. “Ele tinha que ser julgado igual a Saddam Hussein.
Bush é o pior terrorista do mundo”, disse o marceneiro José Damião Nascimento.
O alemão Rodolfo Winkelhorst fez coro aos descontentes com a política do presidente americano. “Na Alemanha, pensamos da mesma forma.” Um contínuo que não quis se identificar era voz dissonante. “Ele deveria ser bem recebido pelos brasileiros.” O protesto contou com mais encenações.
Crianças do Coque simbolizaram as vítimas da violência no Iraque.
Deitaram no chão como mortos.
Duas mulheres fizeram as vezes de mães desesperadas.
Um deficiente físico vestido como militar representou um soldado mutilado.
Bush também recebeu, das mãos de uma manifestante vestida como a Morte, um “Oscar”. “Ele merece o prêmio pelo melhor filme de terror de 2006, ‘Escalada da Guerra no Iraque’.
Não somos a favor da pena de morte nem da execução da pessoa de Bush e sim contra a política assassina e cruel que ele representa”, disse o frade franciscano Aloísio Fragoso, ao lado da coordenadora do Movimento de Mulheres contra o Desemprego, Edla Noronha. “Repudiamos esta visita ao Brasil.
Ele não se preocupa com as nações da América Latina”, completou Edla.