A empresa mineira Tacom, responsável pela implantação dos sistema de bilhetagem eletrônica da Região Metropolitana do Recife (RMR) nos últimos oito anos, divulgou agora há pouco informações corrigindo dados divulgados pelo presidente da EMTU, Dilson Peixoto, em entrevista ao ex-Blog do JC, na última segunda-feira.
Na entrevista, Dilson Peixoto disse que quer tecnologia de ponta e mais velocidade na implantação, repetindo o discurso dos empresários contra a empresa mineira. “Hoje, depois de oito anos do início de implantação da bilhetagem eletrônica, ainda falta implantar 55% do vale transporte eletrônico" diz Dilson Peixoto.
A prestadora de serviço garante que o presidente da EMTU está desinformado, pois mais de 90% já foi implantado.
Em sua defesa, a empresa mineira também já divulgou que havia condições técnicas, mas os empresários de ônibus da cidade é que não tiveram interesse de fazê-lo.
Na mesma entrevista, o atual dirigente da EMTU adiantou que vai exigir a oferta de cartões mais modernos (contact less) para idosos e deficientes, caso se decida pela realização de uma nova licitação para a prestação do serviço.
A decisão sai nos próximos dias, depois que Dilson Peixoto receber um relatório de uma comissão interna com os termos de referência. "Não sei se as críticas dos empresários contra a Tacom procedem, mas é fato que os cartões que são usados hoje custam R$ 14 reais, enquanto os mais modernos não passam de 98 centavos de dólar", comparou Dilson, na segunda-feira.
No entanto, a Tacom garante que os cartões usados hoje no sistema custam R$ 5,16 e não os valores citados.
Para entender o casoO que está em jogo é a megalicitação para a contratação da automatização do pagamento do sistema de ônibus da Região Metropolitana do Recife.
O contrato acabou no ano passado e foi prorrogado emergencialmente.
No final do ano passado, o governo do Estado colocou um edital na rua, mas ele foi suspenso pela nova gestão, sob a alegação de necessidade de maiores estudos quanto à tecnologia a ser adotada - cartões mais modernos (que dispensam contato com a catraca) ou menos modernos (que exigem o contato com a catraca).
A EMTU ainda não tomou uma decisão final e aguarda o trabalho de uma comissão interna que estuda o tema.
O resultado sai nesta sexta-feira e está sendo aguardado com ansiedade nos meios empresariais, pois envolve recursos milionários.
São R$ 40 milhões por mês que o sistema movimenta.
São R$ 480 milhões por ano circulando no sistema.Dilson já disse que vai submeter tudo ao crivo do secretário de Cidades, Humberto Costa, e ao governador Eduardo Campos.
Na segunda-feira, em Minas Gerais, a empresa reafirmou interesse na licitação, condicinando a sua participação a uma disputa limpa, mesmo mantendo uma disputa judicial com os empresários de ônibus, que estão tomando parte da comissão especial.
A Tacom diz que pode oferecer qualquer serviço solicitado pelos empresários e tem até experiência internacional, prestando serviços no Equador, na cidade de Guaiaquil.
Numa sinalização de que pode desistir da licitação e entregar o contrato para o Setrans, Dilson Peixoto afirmou que já tomou a decisão de que não haverá recursos públicos para bancar a modernização e que a ampliação terá que ser bancada pelo sistema, pois é interesse do próprio empresário reduzir custos operacionais, para evitar aumento das passagens.
Salvo melhor juízo, uso de recursos públicos pressupõe licitação.
Como não haverá dinheiro público, não haveria licitação.
Continuamos acompanhando.