O presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha, será o único nordestino com direito a participar da recepção ao presidente Bush para o evento dos biocombustíveis, a convite da Embaixada dos Estados Unidos, nesta quinta-feira, em São Paulo.
A confirmação foi feita hoje, por mail, depois do executivo passar por uma pequena sabatina de segurança por telefone.
Os demais dirigentes empresariais convidados são do Sul do país, como o presidente da Única, Eduardo Carvalho, que reúne os usineiros de São Paulo, o produtor Roberto Resende, da empresa Nova América, além de dois cientistas do Centro de Tecnologia Canavieira (CNC).
O grupo será reunido no hotel Caesar Park, em Cumbica, por volta das nove horas da manhã, antes de ser levado na comitiva empresarial, possivelmente para uma unidade industrial da Petrobras em Guarulhos. “Depois que a Petrobras abraçou o etanol (álcool combustível), percebendo que deveria ser uma empresa de combustíveis e não apenas de petróleo, essa pode ser uma boa fase de relacionamento com um dos nossos maiores parceiros comerciais”, frisou Cunha.
Embora saiba que não terá acesso ao presidente americano, o dirigente local não se furtou em comentar o que gostaria de dizer-lhe, caso tivesse oportunidade, nessa entrevista exclusiva ao Blog. “Os Estados Unidos poderiam criar uma cota-tarifa para o etanol que fosse produzido aqui no Nordeste, a exemplo do que ocorre no Caribe, em condições facilitadas, pagando apenas 7% de imposto.
Com essa condição, poderíamos usar o bagaço de cana, na entressafra, para processar etanol e não apenas produzir energia.
Com a abertura de novos mercados, o Nordeste poderia abrir novas fronteiras, como o projeto do Canal do Sertão.
O Nordeste precisa deste tipo de ajuda, como mais investimentos no turismo, a exemplo do que ocorre com o Caribe também”, comenta.
Segundo informa a entidade, o Brasil exporta 3,2 bilhões de litros de etanol, sendo que 2 bilhões vão para os EUA.
O Nordeste produz, hoje, apenas 1,8 bilhão de litros, dos 17 bilhões de litros produzidos no Brasil por ano.