O presidente da EMTU, Dilson Peixoto, revelou ao Blog, ainda há pouco, que não tem uma posição tomada sobre a megalicitação para a contratação da automatização do pagamento do sistema de ônibus da Região Metropolitana do Recife.
Ele vai aguardar a decisão de uma comissão interna que criou para estudar o tema e depois vai submetê-la ao crivo do secretário de Cidades, Humberto Costa, e ao governador Eduardo Campos.
O resultado sai nesta sexta-feira e está sendo aguardado com ansiedade nos meios empresariais, pois envolve recursos milionários.
São R$ 40 milhões por mês que o sistema movimenta."O termo de referência é que vai dizer se vamos manter a licitação ou se vamos pedir uma outra, em novas bases", disse.
A principal empresa interessada na disputa é a mineira Tacom, que prestou o serviço pelos últimos oito anos e pretende continuar realizando os serviços, mesmo mantendo uma disputa judicial com os empresários de ônibus, que estão tomando parte da comissão especial.
Hoje, em Minas Gerais, a empresa reafirmou interesse na licitação, condicinando a sua participação a uma disputa limpa.
Há o temor de ser preterida. "Não tenho preconceito contra a empresa", afirmou Dilson Peixoto. "Precisamos de novas tecnologias e só queremos a convicção de que não haverá direcionamento".
A Tacom diz que pode oferecer qualquer serviço solicitado pelosempresários e tem até experiência internacional, prestando serviços no Equador, na cidade de Guaiaquil.
Por conta própria, o atual dirigente da EMTU diz que vai exigir a oferta de cartões mais modernos (contact less) para idosos e deficientes. "Será um dos delimitadores.
Não sei se as críticas dos empresários contra a Tacom procedem, mas é fato que os cartões que são usados hoje custam R$ 14 reais, enquanto os mais modernos não passam de 98 centávos de dólar", comparou.
Na avaliação da empresa, a solicitação pode ser feita, mas vai impor um aumento de custos, pois implica na substituição de 400 mil cartões, ao custo de R$ 1,5 milhão.
Outra mudança que a EMTU diz ser necessária é a implantação dos sistema de carregamento dos cartões nos próprios ônibus(chamado carregamento embarcado), para facilitar a vida dos usuários, que não precisariam ir aos postos de venda da empresa, no Recife.
A Tacom informa que já faz isto no sistema de ônibus de BeloHorizonte, que opera, mas isto também tem custos a serem considerados. "Queremos tecnologia de ponta.
Hoje, depois de oito anos do início de implantação da blhetagem eletrônica, ainda falta implantar 55% do vale transporte eletrônico" dizDilson Peixoto.
Em sua defesa, a empresa mineira diz que havia condições técnicas, mas os empresários de ônibus da cidade é quenão tiveram interesse de fazê-lo.
Dilson Peixoto diz que já tomou a decisão de que não haverá recursos públicos para bancar a modernização e que a ampliação terá que ser bancada pelo sistema, pois é interesse do próprio empresário reduzir custos operacionais, para evitar aumento das passagens.
O grupo interno é coordenado pela gerente de controle de informação da EMTU, Lúcia Recena.