O artigo de um jornalista paranaense, chamado Alex Gutemberg, na coluna Atmosfera da Nação, do Estado do Paraná, está causando revolta em alguns pernambucanos.

Mesmo correndo o risco de ser taxado de bairrista, como quando escrevi ontem a nota frisando o caso da novela Paraíso Tropical, estou publicando o texto e abrindo o debate.

O primeiro a mostrar indigação foi o superintendente geral da Fundação Gilbeto Freyre, Gilberto Freyre Neto, que recebeu o artigo de um amigo do Sul.

Ele classificou a abordagem como arrogante.

A jornalista Leda Rivas, outra leitora atenta do ex-Blog do JC, também ficou indignada.

No artigo, o jornalista diz que o Nordeste brasileiro é um mundo à parte e que o Nordeste é uma civilização estranha, formada por miseráveis.

Também afirma que as cidades nordestinas são imundas e que o crime compensa.

Diz que os nordestinos não têm noção de limpeza ou educação.

Considera o Nordeste um mundo diferente, longe da globalização.

No final, demonstrando superioridade, encerra dizendo que não sabe o que se passa na cabeça desse povo mal alimentado.

Leia o artigo logo abaixo e diga se o rapaz foi discriminatório e insolente contra o povo nordestino.

Caso queiram demonstrar sua admiração com o autor, o endereço eletrônico do jornalista é: alexgute@pron.com.br Já o endereço eletrônico do jornal é: mussa@parana-online.com.br Um Mundo que Parou no Tempo Alex Gutemberg Texto publicado no jornal O Estado do Paraná, em 11 de 02 de 2007 O Nordeste brasileiro é um mundo à parte.

O que os portugueses fizeram com o povo da região, durante 4 séculos, foi criminoso.

Usaram as índias.

Ou melhor, estupraram as índias aos milhões e depois as pobres negras escravas.

Obviamente não assumiram as proles, pelo contrário, deixaram as coitadas grávidas, os maridos traídos na marra e ainda acabaram com as virgens indígenas, que não tinham a menor idéia do que estava se passando.

O custo social disso tudo foi gigantesco.

Todo brasileiro sofre até hoje.

Essa violência criminosa destruiu várias sociedades de tribos nordestinas, humilhou ainda mais as negras e os negros e gerou uma civilização estranha, de miseráveis, com poucas oportunidades, que influencia uma nação e não consegue se desenvolver por causa dessa contínua falta de assistência.

Eles estão mais sujeitos a doenças, aos problemas sociais e a violência do que o povo do Sul do Brasil.

Não resistem.

Essas contínuas gerações de mamelucos e cafuzos, resultado de uma miscigenação desenfreada - e aqui um parêntese, não existe preconceito nesta afirmação, pois os brancos não podem nem viver perto de índios para não contaminá-los com nossas doenças esquisitas, quanto mais ter relações consangüíneas, sofre diariamente.

Passa fome continuamente.

Eles têm seus direitos sociais e civis cassados pelas minorias brancas, pelos políticos e até mesmo por seus conterrâneos.

O trabalho escravo persiste por todos os cantos.

O que se ouve de Salvador a São Luís são avisos constantes aos turistas, ou a quem tem a pele branca: cuidado, não saia com a máquina fotográfica.

Não saia com esse tênis, não leve dinheiro para a rua.

Cuidado na praia, os ladrões estão em todos os cantos.

A liberdade não existe entre eles.

Existe sim o medo crônico, uns dos outros, às vezes de pessoas maltrapilhas e famintas, que podem ser bandidos ou apenas mendigos.

O povo nordestino vive num mundo à parte.

As cidades são imundas, o crime compensa e a exploração por meia dúzia de coronéis em cima do retirante, do miserável é uma constante infinita.

Eles não têm noção de limpeza, de educação, de respeito entre eles mesmos.

São muito hospitaleiros.

O povo de uma maneira geral, trata bem o sulista.

Entretanto, acham que o futuro da humanidade está nos Bolsas-Esmolas do Lula, que, certamente será o novo Padim Padre Cícero da região.

Um santo.

Nesse mundo diferente, longe da globalização, até os ricos e mais letrados acreditam no Lula, no governo petista.

Pior, sabe lá o que se passa na cabeça desse povo mal alimentado, para adorar seus políticos, como Inocêncio de Oliveira, Antônio Carlos Magalhães, José Sarney e clã, entre outros.

Para pensar no domingão Cenas do cotidiano nordestino Naa sexta-feira, 2 de fevereiro, por volta das três hora da tarde. no calçadão da praia Porto da Barra, em Salvador, os camelôs apresentavam seus produtos.

Os turistas tiravam fotos da bela paisagem, e eu, andava à procura de um lugar para beber água.

De repente, um sujeito desceu da sua moto, deixou a bela moça na garupa, sacou o revólver, gritou para um tipo metido a capoeirista: não mexa mais com minha mulher.

E bum bum, dois tiros, um na cabeça e outro no coração.

O povo se amontoou por uns instantes e depois foi todo mundo embora, nem deram muita atenção, para dizer a verdade.

Não era com eles.

O assassino pegou a moto, a mulher o abraçou em tom de aprovação e saíram voando.

No Nordeste é assim, cabra mexe com a mulher alheia, morre como animal, ali mesmo, horário comercial, na rua.

Em Fortaleza, no domingo dia 4 de fevereiro, uma senhora com sua filhinha saía da locadora de vídeo.

Ao parar em frente ao seu carro importado alemão de primeira linha, a madame jogou na rua um pedaço de papel.

Eu apanhei o lixo e entreguei a ela.

E disse: a senhora deixou cair.

A surpresa veio quando ela disse: não, é lixo mesmo, eu joguei.

Sem qualquer constrangimento.

Depois de um instante e com educação ela falou: desculpe, você tem razão, eu não deveria jogar na rua.

Mas é que está tão suja, um a mais, outro a menos, não muda nada. É a imagem do Nordeste.