Giovanne Sandes Da Editoria de Economia, para o ex-Blog do JC A Agência Estadual de Recursos Hídricos (CPRH) barrou a intenção do grupo Odebrecht de construir parte do projeto Reserva do Paiva no Pontal do Paiva, também conhecido como Ilha do Amor.

A área é considerada imprópria para construção de imóveis ou estradas.

O grupo Odebrecht tem para a Praia do Paiva, no município do Cabo de Santo Agostinho, um megaprojeto turístico-imobiliário de R$ 1,6 bilhão.

O veto da CPRH não inviabiliza de todo o projeto, mas proíbe a construção de casas, edifícios ou estradas no Pontal – cuja área não foi informada pela CPRH.

Toda a reserva conta com 526,29 hectares.

Observando o projeto, no entanto, pode-se ver que a alteração não passa despercebida.

O Pontal é ligado ao restante da Praia do Paiva por um istmo de largura mínima de 55 metros (dependendo do trecho), por 500 metros de comprimento. “Por não se encontrar ancorado a um fundo rochoso, ou lateralmente a um promontário (saliência) rochoso, e, também, pela ausência de relevo em todo o terreno, o pontal e o istmo encontram-se totalmente expostos à hidrodinâmica do mar e do rio quanto à erosão, deposição e inundação”, diz relatório da Agência sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) apresentado pela Odebrecht, dentro do Projeto Modificativo do Loteamento Praia do Paiva, que visa alterar o primeiro pedido de licença prévia para o empreendimento, formulado em janeiro de 2005. “Outros dados deste relatório, como por exemplo batimetria, altimetria, evolução histórica e estabilidade da linha de praia indicam a atuação de processos erosivos, deposicionais e de inundação, que não recomendam a ocupação do Pontal da Praia do Paiva. (…) Os projetos de engenharia não constituem garantias, em termos de estabilidade, para preservação desses ambientes sedimentares.

Nem mesmo as paredes em estaca-prancha, projetadas para estabilização da margem direita do Rio Jaboatão, podem dar completa estabilidade e garantias de preservação da área do pontal e istmo.

Em conclusão, toda a área do pontal é móvel, e sobre ela não se recomenda a construção de casas, edifícios e estradas.” O complexo do Paiva, parceria da Odebrecht com a família Brennand, terá 8,6 quilômetros de praia.

A reserva prevê dez condomínios residenciais, seis hotéis e dois resorts, entre outros, a ser construídos em 18 etapas, ao longo de 15 anos.