Agência Brasil O Programa Nuclear Brasil prevê a construção de pelo menos mais seis usinas nucleares para geração de energia.

Existem duas construídas (Angra 1 e Angra 2) e, a terceira (Angra 3), está em processo de licenciamento ambiental, com obras paralisadas há cerca de 20 anos.

As outras seis previstas no programa continuam totalmente no papel.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Comissão de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, disse que uma das regiões apropriadas para a construção de uma nova central nuclear seria às margens do Rio São Francisco. "É um lugar conveniente porque tem muita água.

O fluxo de água é muito alto e, portanto, o aumento da temperatura seria praticamente desprezível.

Além disso, é uma região extremamente carente.

O Nordeste é uma região carente", apontou Gonçalves.

Ele ressaltou que a definição sobre locais e obras nucleares é feita pelo Ministério de Minas e Energia, a quem cabe traçar o planejamento energético brasileiro. À comissão, compete assessorar o governo na formulação dessa política.

No momento, segundo o presidente da Cnen, não há nenhum encaminhamento ou recomendação sobre novas usinas.

A discussão dependeria de fatores econômicos e políticos.

Gonçalves destacou, no entanto, que toda a região em torno do Rio São Francisco, inclusive os estados de Pernambuco e Bahia, apresenta uma grande demanda de energia. "Ela (a região) está progredindo muito rápido.

A fruticultura lá está crescendo brutalmente, a vinicultura, você tem um monte de condições que demandam energia elétrica.

E você não tem desenvolvimento se não tiver energia elétrica." O presidente da Cnen disse que estudos antigos da própria estatal sinalizavam para a construção de usinas nucleares na região do São Francisco.

Os levantamentos teriam de ser refeitos, englobando aspectos geológicos e sísmicos, que são necessários para o licenciamento da usina.

As pesquisas, segundo Gonçalves, podem ser retomadas após decisão do governo sobre construção de novas usinas e debate com a sociedade.

Não há previsão para as duas ações. "Hoje, o politicamente correto em energia nuclear também passa necessariamente por um grande debate público. É importante porque, infelizmente, a energia nuclear ainda tem um estigma.

Então, é importante essa postura de abertura e de boa prática."