Da Folha Online O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), reuniu os líderes partidários em sua residência oficial na noite de ontem para um jantar entre amigos, mas deixou de fora os líderes dos dois principais partidos aliados do governo: o PSB e o PC do B.

O mal-estar entre os aliados teve início na disputa pela presidência da Câmara, quando Chinaglia enfrentou Aldo Rebelo (PC do B-SP) –que teve o apoio do PSB e do PDT.Chinaglia convidou para o jantar líderes de dez partidos, inclusive os de oposição e o próprio PDT, mas não incluiu os dois tradicionais aliados.

Questionado sobre a ausência de Renildo Calheiros (PC do B-PE) e Márcio França (PSB-SP), Chinaglia disse que não convidou os aliados "porque não quis"."O jantar foi para aumentar a nossa amizade e manter nosso relacionamento solidário, mesmo com divergências.

No dia que eu tiver que dar satisfação sobre com quem almoço ou janto, aí já é muito", rebateu Chinaglia.França disse não acreditar que Chinaglia tenha deixado de convidá-lo, e também ao PC do B, em conseqüência da disputa pela presidência da Câmara. "É a casa do presidente, ele convida quem ele quer.

Mas como o assunto a princípio era institucional, para discutir a pauta da semana, seria gentil convidar a todos.

Mas não posso acreditar que alguém que chegou à presidência da Casa leve a disputa adiante", afirmou França.O líder não escondeu a irritação com a postura que Chinaglia vem adotando na presidência da Casa, mesmo elogiando a rapidez com que o petista conduz os trabalhos. "No episódio da nomeação dos relatores do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ele não consultou todos os líderes.

Sei que essa é uma decisão dele isoladamente, mas não custa consultar as lideranças", disse.O presidente da Câmara indicou o deputado Júlio Delgado (PSB-ES) para presidir uma das comissões especiais que vão analisar projetos do PAC.

Delgado foi um dos principais articuladores da campanha de Chinaglia à presidência da Casa.

O petista também indicou o deputado Ciro Gomes para relatar um dos projetos referente à defesa do consumidor. "Ele não nos ouviu para as indicações do partido", criticou França.A Folha Online apurou que o jantar foi uma confraternização entre os líderes, sem a discussão de matérias a serem incluídas na pauta da Casa ou projetos polêmicos em tramitação.

Chinaglia aproveitou o encontro para pedir aos líderes que trabalhem juntos pela melhoria da imagem da Casa junto à opinião pública. "Foi uma conversa.

Não falamos sobre questões de pauta ou da Câmara", disse o líder do PSDB na Casa, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP).