As aprovações de novos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para Pernambuco chegaram em 2006 a R$ 1,45 bilhão, o que representa um crescimento de 153% em relação ao que foi aprovado em 2005, R$ 574,5 milhões.

As operações dizem respeito a financiamentos para implantação, expansão e modernização de empresas; aquisição de máquinas, equipamentos e outros bens de produção; e reforço de capital de giro.

Na tramitação de um pedido de financiamento no BNDES, depois da aprovação ocorre a contratação, para então ser iniciado o cronograma de desembolsos (liberações dos recursos), que geralmente acontecem ao longo dos anos seguintes ao da aprovação, à medida que os projetos financiados vão sendo executados pelas empresas.

O crescimento significativo das aprovações sinaliza, portanto, uma perspectiva de aumento no volume futuro de desembolsos do BNDES para a economia pernambucana.

Esse incremento nas aprovações para Pernambuco foi o maior registrado entre os Estados do Nordeste no ano passado.

O segundo maior crescimento ocorreu no Ceará, cujas aprovações totalizaram R$ 1,07 bilhão, 86% a mais do que os R$ 577 milhões aprovados em 2005.

Já em volume de recursos aprovados, Pernambuco ficou atrás apenas da Bahia, onde a demanda por financiamento tem sido maior e para onde o BNDES aprovou R$ 3,1 bilhões em 2006.

O destaque nas aprovações para Pernambuco ficou para o setor de infra-estrutura e serviços, que registrou um incremento de 140%, saltando de R$ 394,3 milhões em 2005, para R$ 948,3 milhões em novos financiamentos aprovados em 2006.

Nesse setor, o segmento que mais se destacou foi o de transporte terrestre, para o qual o BNDES aprovou R$ 573 milhões, 242% a mais do que os R$ 167,5 milhões aprovados no ano anterior.

TRANSNORDESTINA Nesse segmento, a operação de maior valor foi de R$ 400 milhões, aprovados em abril para a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) implantar a Nova Transnordestina, projeto que possibilitará a criação de novos corredores de exportação de produtos agrícolas no sertão nordestino, e que prevê a criação de 1,5 mil empregos diretos.

O financiamento permitirá a realização de investimentos também nos outros dois Estados onde passará a ferrovia (Piauí e Ceará).

Ainda em infra-estrutura e serviços, o segmento de eletricidade, gás e água quente também teve um desempenho expressivo: suas aprovações chegaram a R$ 264,3 milhões, superando em 62% os R$ 163,1 milhões aprovados em 2005.

O maior financiamento, no valor de R$ 242,9 milhões, aprovado para a Celpe em outubro, permitirá àquela companhia executar o seu programa de investimentos para o período 2006-2008, com o objetivo de expandir e modernizar seu sistema de distribuição de energia elétrica.

FÁBRICA DE PET É importante destacar, ainda, o desempenho do setor da indústria de transformação pernambucana, para o qual o BNDES aprovou R$ 491 milhões, 196% a mais do que os R$ 166 milhões de 2005.

No setor, a maior operação aprovada foi de R$ 350 milhões, para a M&G Polímeros Brasil S.A. implantar uma fábrica de resina PET em Suape, projeto que gerou mais de 700 empregos diretos durante a construção da unidade (1,2 mil na fase de pico) e criará outros 828, entre diretos e indiretos, quando a fábrica entrar em operação.

O segundo maior financiamento aprovado para a indústria de Pernambuco no ano passado, no valor de R$ 60 milhões, foi para a Empaf (Netuno), por meio da subscrição pela BNDESPAR de ações preferenciais da empresa.

A operação teve o objetivo de possibilitar a realização de investimentos destinados à expansão da produção de pescado a partir de duas linhas, uma para processamento de tilápias e outra para a agregação de valor ao camarão, além da construção de um Centro de Alevinagem (de filhotes de peixes) e oito Centros de Apoio ao Produtor de tilápias.

Além de Pernambuco, o projeto envolve também os Estados de Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, com a geração de 700 empregos diretos na indústria e criação de uma rede de 2,4 mil pequenos produtores de tilápias integrados, responsáveis pela engorda dos peixes e que terão garantia de compra de sua produção.